segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Maldição dos Trailers

Os Deuses que me perdoem...

FURIA DE TITÃS
(Clash of Titans; EUA, 2010)
Dir.: Louis Letterier
Com Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Gemma Aterton
1h46 min - Aventura - 10 Anos



Trailers, na verdade, podem ser tidas como pequenos aperitivos de um filme que está por estreiar.

A partir de um trailer bem feito, você se apronta para ver as duas horas que correspondem aos dois minutos de aperitivo.

Ou, "um cheiro" do prato a ser servido.

Mas, trailers podem também, ser ilusão. Porque trailers são programados para atrair seu público-alvo. Escolhe-se as melhores cenas e com uma montagem bem feita (mais uma musica de impacto) e você pode ter bilheterias gordas de estréia.

A má estratégia é utilizar-se de todas as boas cenas nessa montagem. E é exatamente este, o pecado maior de "Fúria de Titãs".

Os fãs de video-game poderiam até esperavam algo a altura de um "God of War", com um homem (semi-Deus, neste caso) combatendo monstros desproporcionais, com muito sangue e cenas de ação vertiginosas.

Cara na porta. Entendo que se trata de uma refilmagem e que era importante se manter a história original.

Mas, em meio à piração tecnológica, o show de efeitos especiais se sobrepôs aos personagens e tudo ficou em segundo plano (a citação e má utilização dos demais Deuses na história é quase um crime). Até mesmo o protagonista.

"Mandei polir. Ficou legal né?"

Isso sem comentar que fez atores do calibre de Liam Neeson e Ralph Fiennes pagar micos monstruosos como Zeus e Hades.

Quem espera por batalhas contra monstros gigantescos pode sair da sala após 40 minutos, já que a briga dos gregos contra escorpiões gigantes é, de fato, a única cena que se salve.

Quem espera por tramas elaboradas e consistentes, pode sair após o último trailer.

Quem quer ver o Kraken (da frase mais citada sobre este filme), boa sorte. Até o bichano decepciona nos seus (cerca de) 4 minutos de tela.

E quem quiser escutar a trilha sonora empolgante, compre o CD, que com certeza, vale mais a pena do que um DVD do filme.

Uma pena. Um pouco mais de paciência (e de estratégia de vendas), fariam de "Fúria de Titãs", um belíssimo passatempo e um "blockbuster" indiscutível.

Entediante.

Nota: 3,5

Trailer:

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Chapeleiro Burton

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
(Alice in Wonderland; EUA, 2010)
Dir.: Tim Burton
Com Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonhan Carter, Anne Hathaway
1h51 min - 10 Anos - Aventura




Se ainda que eu não gostasse dos filmes de Tim Burton (salvo o péssimo Sweeney Todd), eu o respeitaria muito pelo perfeccionismo empregado no visual de seus filmes

Mais do que uma assinatura, hoje é referência para outros filmes e comerciais.

Ou você nunca ouviu dizer que tal coisa era "estilo Tim Burton"?

Há dois anos que ouvimos todo o burburinho em torno da adaptação de Alice pelo tal. E a expectativa era justamente responder como que nas mãos de Burton, a já sombria história, se tornaria cinema novamente.

Já que no cinema, pode-se tudo.

E Burton não decepciona aos ávidos pela (re)criação visual. Visual espetacular e a mais bela utilização do recurso 3D. Cenários, maquiagens e largas passadas de efeitos visuais que encantam o espectador.

E ponto.


"Oooooo de casa!"

No campo da atuação, Helena Bonham Carter se sai bem como a irritante e infantil Rainha de Copas.

E Johnny Depp, que roubou os posteres para chamar público, prova que se Jack Sparrow fosse internado, ele provavelmente viraria o Chapeleiro Louco. Divertido, porém enfatuoso.

De louco mesmo, só a feliz insanidade de Tim Burton

Vale um ingresso 3D para conferir.

Nota 6,5

Trailer

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Enfrentando medos e clichês

Tony Stark e o mundo das celebridades

Homem de Ferro 2
(Iron Man 2; EUA, 2010)
Dir.: Jon Favreau
Com Robert Downey Jr, Mickey Rourke, Don Cheadle, Scarlett Johansson
2h 04 min - Ação - 10 Anos



Lá em maio de 2008, quando terminou a sessão de Homem de Ferro, o lançamento de uma sequência era uma questão de tempo. Não porque o filme havia sido feito para lançar uma nova franquia de heróis, ou porque vende muitos bonecos, lancheiras, tranqueiras. Mas porque já era sabido por alguns que a Marvel tinha um projeto maior por trás do Homem de Ferro. E por trás do filme do Hulk. E por trás dos filmes do Capitão América e do Thor (previstos para o ano que vem).

O filme dos Vingadores.

Mas por hora, vou me ater ao Homem de Ferro.

E explicar que eu tinha dois medos, quando pisei na sala de projeção.

Tinha muito medo do lado "celebridade" de Tony Stark. Para estragar isso, era uma bobagem de distância. Que o diretor Jon Favreau soube contornar. Tem exageiros? Tem. Muitos? Muitos. Mas tudo dentro do que um filme deste porte assumiria sem causar constrangimentos.

O que me leva ao outro medo: Os vilões.

Pra começar, Jeff Bridges é um ótimo ator. Mas ele não é um vilão. E em termos de maus vilões, o segundo filme da série herda com louvor.

Mickey Rourke é um bom ator. Seu vilão não é. O Chicote Elétrico é, de fato, um vilão maior e melhor do que Obadiah Stane. Mas ainda assim, não transmite medo (alias, bem carnavalesco) e em momento algum se mostra lá uma ameaça ao protagonista.

"na tela da TV, no meio deeeeeesse povo..."

Talvez pela força de seu coadjuvante, o Maquina de Guerra. Força tamanha que em alguns pontos do filme, faz parecer ser o irmão mais velho e brucutu do Homem de Ferro. Culpa da cena mais constrangedora dos dois filmes.

E o filme dos Vingadores? Bem, o filme dos Vingadores ganhou tanta atenção em Homem de Ferro 2, que é bom mesmo que ele saia do papel. Porque sempre que o diretor resolve dar aquela piscadinha para os fãs enlouquecidos, resulta num ponto lento e sonolento do filme.

E quando ele promete melhorar... Melhora. Em termos. Bons duelos com alguns robôs pirando na cidade. Mas, mais uma vez, para passar pelo vilão, bastam alguns minutos.

Porque você deve assistir? Bem, primeiro, porque o filme respeita a idéia de que tem de ser maior e melhor que o original (mesmo não conseguindo ser melhor). Porque o filme respeita seu antecessor e trata bem seus fãs. E porque obviamente Homem de Ferro será uma trilogia, coroada pelo filme dos Vingadores.

Nota: 6,5

Trailer:

domingo, 9 de maio de 2010

Os oito meses de "folga"


Olá, caríssimos leitores!

Foram oito meses de sumiço. Parei de escrever. A vida de ponta-cabeça. Acontece.

Mas, como um vício que tenho de frequentar os cinemas da minha cidade, a vontade de escrever pulsava a cada experiência cinematográfica que tive nesses meses.

Dentre filmes terríveis (alguém aí disse "Atividade Paranormal"?), filmes-espetaculo e filmes espetaculares sentia inevitável a volta do blog.

E aqui estamos. De volta. Fazer o quê, certo?

Passando rapidamente por alguns dos filmes que me chamaram a atenção nestes meses:


Sherlock Holmes: O melhor até então. Filme rápido, esperto e cativante. Não é um "Guy Ritchie" em sua melhor forma, mas fez o filme mais divertido da "temporada"

Atividade Paranormal: O horror, o horror... O pior filme que tive o desprazer de assistir nos últimos tempos. Mas quem acompanhava a coluna, já sabe que eu não sou de confiança para filmes de terror.

Avatar: "Dança com Lobos" versão alien azul. Numa floresta virtual impressionante. No futuro. Nada mais.

Toy Story 1 e 2, 3D: Revisitar clássicos é sempre uma boa pedida. A versão 3D caiu como uma luva e me pareceu o formato perfeito para as aventuras de Buzz e Woody. Espero ansioso pela parte 3, que será lançada em Julho.

Onde Vivem os Monstros
: Spike Jonze adapta um conto infantil desconhecido aqui no Brasil e faz um filme cativante e melancólico. Uma criança prodígio, um visual amalucado e uma experiência pra lá de interessante.

Lunar
: Sam Rockwell contracena com ele mesmo (e com mais ninguém), num drama sombrio e bizarro. Vale o ingresso pela tremenda atuação do protagonista. Mas o final batidíssimo pode te fazer pensar nas duas horas que se passaram...

Um Sonho Possível: E quem diria que Sandra Bullock (vencedora do Oscar) consegue cativar as pessoas! Um drama bem-humorado baseado em fatos reais, que evita muitas das armadilhas-clichês que esse tipo de filme tem. Se a família retratada gostou do filme eu não sei, mas o resultado final, pelo menos para os leigos, ficou muito bom.

Enfim. Oito meses se passaram. E eu volto aos teclados...

Bem vindo de volta, caríssimo leitor!