terça-feira, 17 de agosto de 2010

Filme Bombado 2010

OS MERCENÁRIOS
(The Expendables; EUA 2010)
Dir.: Sylvester Stallone
Com Sylvester Stallone, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren
1h43min - Ação




Em algum lugar entre o fim dos anos 80 e a metade dos anos 90, idealizava-se um filme onde Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis dividissem a tela.

Este filme nunca existiu.

E os anos se passaram. E a idade também passou. Um virou político, outro virou comediante e outro preferiu explorar suas origens.

Fez Rambo, fez Rocky. Faltava idealizar um outro filme para seus fãs.

Então ele chamou os outros dois e mais um reforçado elenco de filmes de ação para completar.

E o resultado?

Bem, fazendo jus à época citada, um filme com três dos maiores ícones do cinemão de ação dos últimos anos se faz com muito barulho, tiros, e pancadaria.

Sangue também, mas quem se importa?

Ou história? Se um ditador "do mal" é o responsável pelas péssimas condições de vida de sua população numa ilha fictícia da América do Sul, ele deverá morrer.

Ou se na verdade ele for uma marionete de um cartel de drogas "do mal", temos um novo vilão, que deverá morrer.

E se o ditador tiver uma filha, ela será a mocinha do filme. E assim sendo, a condição de vilão do pai dela pode ser reavaliada com o passar do tempo de filme.

"Os Mercenários", nada mais é do que um bom passatempo e exercício de relembrar uma época onde filme de ação tinha uma história de pano de fundo e astros descendo o sarrafo nos coadjuvantes e nos vilões cartunescos.

Mas um aviso amigo: Os três só dividem uma única cena.

Com a melhor piada do filme.

Mas apenas uma cena. Destaque mesmo é para o ator/diretor, Jason Statham (que não faz um filme sem graça há algum tempo) e Jet Li, fazendo graça até dele mesmo.

E tome gancho para uma trilogia...

(Nota 7,5)

Trailer:

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Felizes para Sempre

SHREK PARA SEMPRE
(Shrek Forever After; EUA, 2010)
Dir.: Mike Mitchell
Com as vozes de Mike Myers, Eddie Murphy, Cameron Diaz, Antonio Banderas
1h35min - Animação/Comédia - Livre




Todo bom piadista, termina seu show no ponto alto, com a melhor piada.

E toda boa piada, termina no ponto mais engraçado.

Se essa teoria é inquestionável, então, a saga de Shrek deveria ter sido encerrada com o segundo filme.

Mas isso não aconteceu. O terceiro filme, como um todo, não funcionou como deveria e a piada do Ogro pai, sai bem fraquinho.

Shrek, pela inovação, pelo contexto, pela identificação, pelos fiéis telespectadores e pelo o que ele se tornou, frente a indústria cinematográfica não merecia um final daqueles. E portanto, um quarto filme, era mais do que ordem.

Era imprescindível.

E então, voltamos às raízes. Ao ponto zero. O Ogro.

E o quarto providencial capítulo da Saga, traz a tona a velha máxima de que é preciso celebrar o que temos e jamais pensar no quão verde é a grama do vizinho: Cansado da sua nova rotina (bebes-casa-jantar), o protagonista faz um trato com Rumpelstiltskin (nanico, como o primeiro vilão, Lord Faarquad, mas com muito mais carisma), para ser um Ogro, como no início, por um dia. O vilão pede em troca um dia qualquer da vida de Shrek e este cai numa realidade alternativa, que se no início está tudo bem, no fim descobre que a sua própria existência está ameaçada...

...se não conseguir um beijo de sua amada Fiona até o raiar do dia seguinte.

"Um abraço... Pelos velhos tempos?"

E daí se as piadas não estão caprichadas como nos primeiros dois filmes? O filme aposta no sentimentalismo, admite a cara escrachada da série e se não tem gags tão inspiradas, traz um belos desfecho e não se restringe ao público adulto.

Mas, como todo Shrek, as melhores piadas estão com os coadjuvantes.

E felizmente, o dono da farra aqui, volta a ser o Burro.

Na verdade, o maior mérito do quarto filme, foi encerrar uma das maiores sagas animadas do cinema, com um começo diferente.

Nota: 7,5

Trailer:

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novo Filme Velho

À PROVA DE MORTE
(Grindhouse presents: Death Proof; EUA, 2007)
Dir.: Quentin Tarantino
Com Kurt Russell, Zöe Bell, Rosario Dawson, Rose McGowan
1h54min - Terror - 16 Anos



O que eu tinha a dizer sobre o absurdo do atraso das distribuidoras em relação a este filme, já foi dito (post no Blog do Cinematico).

Agora vamos falar do que realmente interessa.

Originalmente concebido para ser a continuação de um "programa duplo" (a primeira parte seria "Planeta Terror", de Robert Rodriguez), "À Prova de Morte" traz a história de um Serial Killer chamando Stuntman Mike (Kurt Russell, no melhor papel de sua carreira), que oferece carona a mocinhas desacompanhadas e as envolve em acidentes de carro. O segredo, é que o assento do motorista é... A prova de morte.

Por ser a segunda parte do "programa duplo", as comparações com o primeiro filme seriam inevitáveis. E é justamente (e unicamente) este motivo que torna a separação saudável.

Planeta Terror é, em sua essencia, violência com diálogos espertos a tira-colo.

A Prova de Morte, diálogos excelentes com violência a tira-colo.

E isso faz a segunda parte, a melhor das duas.

"Que carrão bonito, hein?"

Se falarmos de atuações: O show é de Kurt Russell, mas ele não se importa nem um pouco de dar espaço para as atrizes do filme. É marca registrada de Tarantino, escrever mulheres de personalidades fortes. Zöe Bell, dublê profissional (foi dublê de Uma Thurman em Kill Bill, por exemplo), interpreta ela mesma e ainda consegue ser uma das personagens mais bacanas do filme.

A atuação de Russell, por sinal, merecia horas de discussão.

Se falarmos de roteiro: A história do filme é simples. Quase tosca. O que faz dela brilhante são os inspiradíssimos diálogos, que se no contexto, parecem rasos, para a história significam muito. Conhecemos os personagens através de suas futilidades.

Se falarmos de técnica: Há um acidente de carro na metade do filme, que não só choca, como quebra o ritmo da história. Propositalmente, é claro. E os últimos 15 minutos de filme trazem a melhor perseguição de carro ja feita no cinema (Matrix o quê?).

A verdade é que quando vista em conjunto com Planeta Terror, o conjunto valoriza. Separados, são dois filmes, digamos... Pitorescos.

Você pode reclamar dos (propositais) erros de edição, ou do abuso da violência em uma ou outra sequencia. Mas é preciso esclarecer que tudo isso é parte do charme da produção.

Se você reclamar do primeiro, pode ser que não tenha capturado o espírito da coisa. Se reclamar do segundo, definitivamente não faz parte do público-alvo de Grindhouse.

Mas, nem sempre pode-se agradar a todos.

Nota 9,0

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Poder da Sugestão

ECLIPSE
(The Twilight Saga: Eclipse; EUA, 2010)
Dir.: David Slade
Com Robert Pattinson, Kirsten Stewart, Taylor Lautner, Dakota Fanning
2h04 min - Romance - 10 anos



Entendam. Eu jamais li uma página dos livros da saga.

Nunca me interessei.

Mas conheço muita gente que foi conquistado(a) pela história da adolescente que se vê dividida entre o amor de um vampiro e de um lobisomem. Cada um com suas particularidades. Você pode até argumentar que a história é muito mais do que isso. Eu vou contrariar. Você pode insistir. E eu manterei minha posição. Porque a essência das quatro histórias é o desenvolvimento desta premissa.

Portanto vou me ater a falar do filme, e jamais dos livros, pois os dois primeiros parágrafos deste post, seriam base para qualquer contra-argumento.

E no terceiro capítulo da história, vemos o casal Bella e Edward as voltas com um iminente ataque de vampiros organizado por Victoria, com o intuito de matar a mocinha, para vingar a perda de seu amor James (lá no primeiro filme). E com isso, a tribo dos Lobisomens, rivais dos vampiros que deverão formar uma aliança para proteger seu território.

Mas mais do que isso, proteger a mocinha, que (lembrando...) é disputada por um lobisomem e por um vampiro.

Parece muito vago, eu sei. E peço desculpas. O meu entendimento da saga é superficial demais para descrever mirabolantes sinopses... Sou aquele cara que só viu os filmes e não leu o "além-do-filme".

"É cara, você não brilha no sol..."

Ok. Em termos de cinema, nenhum dos dois primeiros filmes deram lá seu show de bola. Foram histórias competentes, matematicamente calculadas para arrancar suspiros do público feminino.

Tiram a camisa, brilham no sol, correm, beijam, e quase choram...

Neste terceiro episódio, é incorporado um elemento precioso, quase que ignorado nos dois filmes anteriores: O suspense.

Ta-ram!

Um filme de vampiros sem suspense? Talvez fosse esta a fórmula que fez de "Crepúsculo" e "Lua Nova" dois filmes na média. Ou talvez, também fosse isso.

Porque esperar grandes interpretações do elenco principal, seria, acima de tudo, "forçar a amizade".

É, portanto, o suspense. A fórmula "mágica" que faz de Eclipse, um filme bem melhor do que seus antecessores. Não espere também, um "Cabo-do-Medo-vampiresco-e-lobisomesco", mas dadas as devidas proporções, um elemento que adicionado a trama, deixou a trama um pouco mais interessante. Mesmo com a vilã Victoria (Bryce Dallas Howard, com uns 20 minutos de tempo de tela no total) decepcionando, o poder do filme está na sugestão de que coisas ruins irão acontecer.

E a fragilidade da mocinha, interpretação e personagem, potencializa o poder da sugestão.

Nota: 5,5

Trailer:

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Obrigado, Pixar!

A despedida de uma saga.

TOY STORY 3
(EUA, 2010)
Dir.: Lee Unkrich
Com as vozes de Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Michael Keaton
1h43 min - Animação/Comédia - Livre



Conheça seu público. Admire-o. E acima de tudo, respeite-o.

E a Pixar, que de boba não tem nada, leva muito a serio o seu público. Crianças? Não apenas. Ou talvez não mais. Crianças acompanharam o Toy Story original. Compraram muitos bonecos do Woody e de Buzz Lightyear.

Crianças gostam de "Monstros S.A.", de "Carros".

Ou não? Espere um pouco. Me confundi...

A Pixar conhece seu público. Ela nos admira (de volta) e acima de tudo, nos respeita. Sabe que não se trata apenas de crianças. É preciso entreter os pais, os acompanhantes e as crianças. As vezes até, necessariamente nesta ordem.

Ela entendeu que aqueles que foram surpreendidos em 1995, cresceram, amadureceram e tiveram novas ideias. Assim como Andy, o dono dos brinquedos mais famosos do cinema.

E aqui, Andy está indo para a faculdade. Já não brinca mais com bonequinhos. Estes, foram relegados a um baú, convivendo diariamente com a dor de não serem mais utilizados e com o medo de serem jogados no lixo.

E com desenvolturas que a Pixar está craque em criar, os brinquedos acabam parando numa creche, como doação. O que a princípio é maravilhoso (afinal de contas, são crianças que brincariam com eles todos os dias e que seriam renovadas a cada ano) se torna em terror, graças ao autoritarismo e ao (inacreditavel) sistema de corrupção e hierarquia de ferro implementada pelo vilão Lotso, um ursinho de pelúcia que tem, literalmente, apenas um visual amigável.

"Tá vendo aquele boneco ali? É brinquedo de menina..."

E como toda aventura deveria ser, o desenrolar da história captura facilmente a nossa atenção, com excelentes doses de humor, para aliviar o suspense e as cenas assustadoras (crianças desacompanhadas podem sofrer um bocado). Basta dizer que o plano e execução de fuga que os brinquedos promovem é espetacular.

O climax do filme é a cena mais surpreendente, chocante e apoteótica que eu vi em um filme de animação. Não posso dizer nada mais, para não lhe comprometer. Mas a sensação é genuína.

Assistir a saga Toy Story na telona, foi sem dúvida, algo indescritível. Algo que eu gostaria que meus filhos, netos e gerações adiante pudessem ter a mesma sensação que tive. Meus brinquedos poderiam (ainda que na minha imaginação) conversar comigo. Eles tinham vida própria, sentimentos e opiniões divergentes entre si. Eram pequenas unidades vivas, na prateleira de casa.

Conheça. Admire. Respeite.

Toy Story 3 não é exatamente, um filme para crianças. É uma grande piscada de olhos que a Pixar nos oferece, em reconhecimento pelos 15 anos que se passaram. Fomos fiéis, todos os anos, lotando cinemas para acompanhar o amadurecimento de ideias, de visuais e de contextos. Do lado deles, o cumprimento da promessa de nos oferecer qualidade e sem nunca nos subjulgar.

Por isso eu digo: Obrigado, Pixar!

Nota: 10

Trailer:


P.S.: Como de praxe, o curta exibido antes do filme é espetacular. E neste caso, com um óculos 3D fica ainda melhor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O exageiro, do exageiro.

O GOLPISTA DO ANO
(I Love You, Phillip Morris; EUA, 2009)
Dir.:Glenn Ficarra e John Requa
Com Jim Carrey, Ewan McGregor, Rodrigo Santoro, Elizabeth Banks
1h42 min - Comédia - 16 Anos



Jerry Seinfeld inspirou muitos dos comediantes stand-up que hoje fazem sucesso.

Sua fórmula era simples. Pegava simples fatos do dia a dia e transformava em espetáculo. Como todos procuram fazer hoje

Mas ele fazia isso com discrição e uma "finesse" digna do sucesso que conquistou.

Em suas nove temporadas, abordou diversos assuntos polêmicos demais para a época em que foi exibida, o que lhe deu o atual status. Lá pela sétima (ou oitava, talvez), abordou homossexualismo em pleno horário nobre da TV americana, quando o assunto ainda não era comentado tão abertamente. Não usou praticamente nenhum termo que deixasse explícito o tema do episódio.

"Não que há nada de errado com isso".

Mas usou de discrição. Muita discrição. Mesmo porque, é fato de que muitos dos temas abordados em episódios, quando não saíam de sua cabeça, era sempre relacionado a algo que observava ou pegava exemplos de seu dia-a-dia.

E a falta de discrição, ou melhor dizendo, o exageiro do exageiro é justamente o maior dos pecados cometidos por este "O Golpista do Ano"

Baseado em fatos reais, conta a história de Steven (Jim Carrey, com um visual bizarro). Um homem de família que depois de um acidente, passa a ver a vida como uma oportunidade única de aproveitá-la. Com isso, larga a família e a comunidade e se muda para Miami, onde arruma um namorado e um novo estilo de vida.

Mas ele precisa sustentá-lo, e para isso, começa a praticar pequenos golpes, que o levam, eventualmente para a cadeia. Lá, conhece Phillip Morris (Ewan McGregor), por quem se apaixona e bola novos planos para sustentar um novo estilo de vida.

"Eu sei, roubada... Abafa que é roubada..."

O filme contém lampejos de sequências engraçadas por conta do protagonista. Mas é muita, mas muita história que, na teoria, teria de ser contada e foi relegada a meras citações que acabam confundindo o espectador.

E aí, segue a velha máxima dos filmes longos em curto espaço de tempo: Personagens secundários perdem em profundidade. Facilmente esquecidos. E pequenas histórias paralelas tomam tempo demais de projeção, desconectando o entretenimento.

Considerando ser uma história real (mesmo com o final bizarro), a culpa fica com a adaptação morna e pouco engraçada.

Nota: 3,5

Trailer:

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A Maldição dos Trailers

Os Deuses que me perdoem...

FURIA DE TITÃS
(Clash of Titans; EUA, 2010)
Dir.: Louis Letterier
Com Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes, Gemma Aterton
1h46 min - Aventura - 10 Anos



Trailers, na verdade, podem ser tidas como pequenos aperitivos de um filme que está por estreiar.

A partir de um trailer bem feito, você se apronta para ver as duas horas que correspondem aos dois minutos de aperitivo.

Ou, "um cheiro" do prato a ser servido.

Mas, trailers podem também, ser ilusão. Porque trailers são programados para atrair seu público-alvo. Escolhe-se as melhores cenas e com uma montagem bem feita (mais uma musica de impacto) e você pode ter bilheterias gordas de estréia.

A má estratégia é utilizar-se de todas as boas cenas nessa montagem. E é exatamente este, o pecado maior de "Fúria de Titãs".

Os fãs de video-game poderiam até esperavam algo a altura de um "God of War", com um homem (semi-Deus, neste caso) combatendo monstros desproporcionais, com muito sangue e cenas de ação vertiginosas.

Cara na porta. Entendo que se trata de uma refilmagem e que era importante se manter a história original.

Mas, em meio à piração tecnológica, o show de efeitos especiais se sobrepôs aos personagens e tudo ficou em segundo plano (a citação e má utilização dos demais Deuses na história é quase um crime). Até mesmo o protagonista.

"Mandei polir. Ficou legal né?"

Isso sem comentar que fez atores do calibre de Liam Neeson e Ralph Fiennes pagar micos monstruosos como Zeus e Hades.

Quem espera por batalhas contra monstros gigantescos pode sair da sala após 40 minutos, já que a briga dos gregos contra escorpiões gigantes é, de fato, a única cena que se salve.

Quem espera por tramas elaboradas e consistentes, pode sair após o último trailer.

Quem quer ver o Kraken (da frase mais citada sobre este filme), boa sorte. Até o bichano decepciona nos seus (cerca de) 4 minutos de tela.

E quem quiser escutar a trilha sonora empolgante, compre o CD, que com certeza, vale mais a pena do que um DVD do filme.

Uma pena. Um pouco mais de paciência (e de estratégia de vendas), fariam de "Fúria de Titãs", um belíssimo passatempo e um "blockbuster" indiscutível.

Entediante.

Nota: 3,5

Trailer:

terça-feira, 25 de maio de 2010

O Chapeleiro Burton

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
(Alice in Wonderland; EUA, 2010)
Dir.: Tim Burton
Com Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonhan Carter, Anne Hathaway
1h51 min - 10 Anos - Aventura




Se ainda que eu não gostasse dos filmes de Tim Burton (salvo o péssimo Sweeney Todd), eu o respeitaria muito pelo perfeccionismo empregado no visual de seus filmes

Mais do que uma assinatura, hoje é referência para outros filmes e comerciais.

Ou você nunca ouviu dizer que tal coisa era "estilo Tim Burton"?

Há dois anos que ouvimos todo o burburinho em torno da adaptação de Alice pelo tal. E a expectativa era justamente responder como que nas mãos de Burton, a já sombria história, se tornaria cinema novamente.

Já que no cinema, pode-se tudo.

E Burton não decepciona aos ávidos pela (re)criação visual. Visual espetacular e a mais bela utilização do recurso 3D. Cenários, maquiagens e largas passadas de efeitos visuais que encantam o espectador.

E ponto.


"Oooooo de casa!"

No campo da atuação, Helena Bonham Carter se sai bem como a irritante e infantil Rainha de Copas.

E Johnny Depp, que roubou os posteres para chamar público, prova que se Jack Sparrow fosse internado, ele provavelmente viraria o Chapeleiro Louco. Divertido, porém enfatuoso.

De louco mesmo, só a feliz insanidade de Tim Burton

Vale um ingresso 3D para conferir.

Nota 6,5

Trailer

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Enfrentando medos e clichês

Tony Stark e o mundo das celebridades

Homem de Ferro 2
(Iron Man 2; EUA, 2010)
Dir.: Jon Favreau
Com Robert Downey Jr, Mickey Rourke, Don Cheadle, Scarlett Johansson
2h 04 min - Ação - 10 Anos



Lá em maio de 2008, quando terminou a sessão de Homem de Ferro, o lançamento de uma sequência era uma questão de tempo. Não porque o filme havia sido feito para lançar uma nova franquia de heróis, ou porque vende muitos bonecos, lancheiras, tranqueiras. Mas porque já era sabido por alguns que a Marvel tinha um projeto maior por trás do Homem de Ferro. E por trás do filme do Hulk. E por trás dos filmes do Capitão América e do Thor (previstos para o ano que vem).

O filme dos Vingadores.

Mas por hora, vou me ater ao Homem de Ferro.

E explicar que eu tinha dois medos, quando pisei na sala de projeção.

Tinha muito medo do lado "celebridade" de Tony Stark. Para estragar isso, era uma bobagem de distância. Que o diretor Jon Favreau soube contornar. Tem exageiros? Tem. Muitos? Muitos. Mas tudo dentro do que um filme deste porte assumiria sem causar constrangimentos.

O que me leva ao outro medo: Os vilões.

Pra começar, Jeff Bridges é um ótimo ator. Mas ele não é um vilão. E em termos de maus vilões, o segundo filme da série herda com louvor.

Mickey Rourke é um bom ator. Seu vilão não é. O Chicote Elétrico é, de fato, um vilão maior e melhor do que Obadiah Stane. Mas ainda assim, não transmite medo (alias, bem carnavalesco) e em momento algum se mostra lá uma ameaça ao protagonista.

"na tela da TV, no meio deeeeeesse povo..."

Talvez pela força de seu coadjuvante, o Maquina de Guerra. Força tamanha que em alguns pontos do filme, faz parecer ser o irmão mais velho e brucutu do Homem de Ferro. Culpa da cena mais constrangedora dos dois filmes.

E o filme dos Vingadores? Bem, o filme dos Vingadores ganhou tanta atenção em Homem de Ferro 2, que é bom mesmo que ele saia do papel. Porque sempre que o diretor resolve dar aquela piscadinha para os fãs enlouquecidos, resulta num ponto lento e sonolento do filme.

E quando ele promete melhorar... Melhora. Em termos. Bons duelos com alguns robôs pirando na cidade. Mas, mais uma vez, para passar pelo vilão, bastam alguns minutos.

Porque você deve assistir? Bem, primeiro, porque o filme respeita a idéia de que tem de ser maior e melhor que o original (mesmo não conseguindo ser melhor). Porque o filme respeita seu antecessor e trata bem seus fãs. E porque obviamente Homem de Ferro será uma trilogia, coroada pelo filme dos Vingadores.

Nota: 6,5

Trailer:

domingo, 9 de maio de 2010

Os oito meses de "folga"


Olá, caríssimos leitores!

Foram oito meses de sumiço. Parei de escrever. A vida de ponta-cabeça. Acontece.

Mas, como um vício que tenho de frequentar os cinemas da minha cidade, a vontade de escrever pulsava a cada experiência cinematográfica que tive nesses meses.

Dentre filmes terríveis (alguém aí disse "Atividade Paranormal"?), filmes-espetaculo e filmes espetaculares sentia inevitável a volta do blog.

E aqui estamos. De volta. Fazer o quê, certo?

Passando rapidamente por alguns dos filmes que me chamaram a atenção nestes meses:


Sherlock Holmes: O melhor até então. Filme rápido, esperto e cativante. Não é um "Guy Ritchie" em sua melhor forma, mas fez o filme mais divertido da "temporada"

Atividade Paranormal: O horror, o horror... O pior filme que tive o desprazer de assistir nos últimos tempos. Mas quem acompanhava a coluna, já sabe que eu não sou de confiança para filmes de terror.

Avatar: "Dança com Lobos" versão alien azul. Numa floresta virtual impressionante. No futuro. Nada mais.

Toy Story 1 e 2, 3D: Revisitar clássicos é sempre uma boa pedida. A versão 3D caiu como uma luva e me pareceu o formato perfeito para as aventuras de Buzz e Woody. Espero ansioso pela parte 3, que será lançada em Julho.

Onde Vivem os Monstros
: Spike Jonze adapta um conto infantil desconhecido aqui no Brasil e faz um filme cativante e melancólico. Uma criança prodígio, um visual amalucado e uma experiência pra lá de interessante.

Lunar
: Sam Rockwell contracena com ele mesmo (e com mais ninguém), num drama sombrio e bizarro. Vale o ingresso pela tremenda atuação do protagonista. Mas o final batidíssimo pode te fazer pensar nas duas horas que se passaram...

Um Sonho Possível: E quem diria que Sandra Bullock (vencedora do Oscar) consegue cativar as pessoas! Um drama bem-humorado baseado em fatos reais, que evita muitas das armadilhas-clichês que esse tipo de filme tem. Se a família retratada gostou do filme eu não sei, mas o resultado final, pelo menos para os leigos, ficou muito bom.

Enfim. Oito meses se passaram. E eu volto aos teclados...

Bem vindo de volta, caríssimo leitor!