quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confortáveis Clichês

Fórmula batida com atores competentes

A PROPOSTA
(The Proposal; EUA, 2009)
Dir.: Anne Fletcher
Com Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Craig T. Nelson, Mary Steenbugen
1h 48 min - Comédia Romântica - Livre



Ok, não vou entrar em detalhes sobre a competência de Sandra Bullock em termos de comédias românticas. Uma atriz engraçada, com boa presença de cena, sempre amparada por roteiros engraçadinhos e diretores que parecem dar bastante espaço para ela. E não vou entrar em detalhes sobre a competência de Ryan Reynolds de fazer as pessoas rirem no cinema. Fez isso em filme de terror e fez isso em filmes de ação. Cada um, "namoradinhos da américa" (não que este blogueiro se apegue a este termo) em sua determinada época. E agora, juntos no mesmo filme.

O filme conta a história da dominadora chefe Margareth Tate (Bullock em uma espécie de "Diabo Veste Prada", numa versão para as crianças), que para fugir de ser deportada para o Canadá por problemas legais, decide mentir para a imigração, contando que se casará com seu assistente (Ryan Reynolds, em seu papel característico). Para que possam conhecer melhor um ao outro - e para que sejam aprovados na entrevista do consulado - eles passarão um final de semana juntos no Alasca no aniversário da avó do assisstente. Uma balinha refrescante de menta para quem acertar o que acontece...

"Eu falei que daria certo..."

E por mais "manjado" que o desenrolar da história seja, as duas horas de projeção valem o ingresso, justamente pelo que o parágrafo inicial descreve. Os dois atores, cumprem o que prometem, demonstram estar bem a vontade nos papeis e divertir a platéia não parece ser difícil. As piadas competentes seguram a história, porque ao invés de tentar se distanciar de clichês, os abraçam com força. Esperar o final anunciado passa a ser divertido e não penoso. Principalmente com uma senhora tão engraçada como Bety White (a "Vovó Annie"), que rouba a cena. Em tempos de super-heróis, bruxos amaldiçoados e tiroteios, um filme que lhe deixa respirar e curtir um programinha a dois.

Nota 7,5

Trailer:

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Evolução das espécies

Maior e Melhor. Diversão garantida.

A ERA DO GELO 3
(Ice Age: Dawn of the Dinosaurs; EUA, 2009)
Dir.: Carlos Saldanha
Com as vozes de Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Queen Latifah
1h 34 min - Comédia/Animação - Livre


A Fox nunca entrou pesado no conturbado mercado de animações. Com filmes mais (digamos...) simples e se concentrando nas histórias, conseguiu captar seu público fiel. A estratégia para entrar foi simples. Girou em torno de um esquilo e sua noz. Em um teaser sensacional, que depois descobrimos ser a abertura do filme. E quando o filme passou, Scrat (o esquilo) era apenas um coadjuvante. Mas que aparecia sempre quando o filme precisava de uma injeção de ânimo ou de uma nova guinada na história. Deu certo. Deu duas sequências. A terceira parte abocanhou a liderança de bilheteria nos EUA e no Brasil (desbancando Transformers).

No novo capítulo, Manny, o mamute está para ser pai. Isso desperta o instinto maternal/paternal na preguiça Sid, que ao encontrar três ovos de seu tamanho, decide cria-los. O que o bando não fazia idéia, é de que os ovos pertencem a um tiranossauro, que vive junto a uma sociedade de dinossauros debaixo da camada de gelo onde se passaram as duas histórias anteriores. O tiranossauro então, busca os ovos e acaba levando Sid junto. O grupo agora terá de descer ao novo mundo para resgatar seu amigo falastrão.

"Não, eu não vi a sua noz..."

Seguindo a cartilha das sequências inteligentes, e levando a idéia do "maior e melhor" ao pé da letra, o terceiro capítulo se apresenta como o melhor. De longe. Um tamanho cuidado com a história quanto com a animação, "A Era do Gelo 3", é de fato a evolução de sua espécie. As piadas agora satisfazem adultos e crianças (muitas delas apenas para adultos), a história não descamba para momentos sensíveis ou tristes. As gags tomam uma sequência inacreditável, que faz o filme decolar. Mesmo que acredite que seja previsível, temos de reconhecer o abismo entre as produções anteriores. E a presença de Scrat, com uma disputa saudável pela noz. A iminente aparição de fêmea da sua espécie, que brigarão pela noz até... Bem. Sem spoilers. Valeria o ingresso simplesmente pelo sensacional tango que os dois dançam na disputa. Mas a história e o humor rivalizam pela primeira vez com o esquilo. Vale vários ingressos.

Nota: 8,5

Trailer:

Crise Econômica

O mau corte de gastos.

TRANSFORMERS: A VINGANÇA DOS DERROTADOS
(Transformers: Revenge of The Fallen; EUA, 2009)
Dir.: Michael Bay
Com Shia LeBeouf, Megan Fox, John Turturro, Josh Duhamel
2h 30 min - Ação - 12 anos


Em 2007, tive de defender a duras penas o meu gosto pelo filme Transformers. Era um filme que, apesar de forçado, respeitava seu público-alvo: Espectadores que queria cenas intensas de ação, combinadas com efeitos sonoros e visuais incríveis. Foi realmente um "filme de temporada" como o público merecia. E a sequência viria, não só pelo desfecho, mas pela máquina de dinheiro que a franquia tinha se mostrado: Uma das 5 maiores bilheterias em um ano com Homem-Aranha, Shrek e Harry Potter. Mas entre Julho de 2007 e Julho de 2009, uma crise econômica que assola o planeta e afetou praticamente todos os setores de produção. Inclusive o cinema.

Na sequência, Sam vai para a faculdade e acaba encontrando um pedaço do "Cubo": Uma fonte de energia, capaz de criar os Transformers. Fallen, um vilão mais poderoso do que Megatron, decide mandar novos robôs à Terra, para rastrear e obter este pedaço para recriar seu exército e se vingar de Optimus Prime e os Autobots. Ah, antes que me esqueça, Os transformers já existiam antes mesmo da nossa existência e teriam escondido uma arma poderosíssima em algum lugar do planeta.

"Corre, que agora vamos ter que fazer o terceiro..."

O que parece ter sido perdido durante a transição, foi justamente o que o público esperava ver: Grandes cenas (em quantidade e qualidade) de ação, com a natural evolução que uma sequência pede, com robôs melhores. Mas a produção optou por aumentar as piadas e encurtar a ação. Não me entendam errado, o filme tem suas boas piadas, mas pensar em segurar um filme de ação com duas horas de comédia chega a ser bizarro. A grande sequência inicia o filme, a segunda boa vem lá com uma hora. E o confronto final, no meio do deserto (o que acredito ter economizado bons valores), chega a ser uma piada. A história? Um insulto. Uma perda incrível de tempo e um insulto. Os robôs? Mais do mesmo. Mas o verdadeiro crime foi diminuir toda a vontade do seu público de ver o robô Bumblebee participar de uma ínfima cena (com menos de 5 minutos) perdida em meio à sequência final. Não vou nem comentar sobre o tamanho da participação dos militares, que tiveram seu espaço no filme original. Preferia uma história mais simples, como uma vingança clichê por parte do antagonista do filme original, Megatron. A destruíção característica do diretor Michael Bay foi cortada, mas ele pode manter seus takes mirabolantes. O público perdeu. Fico com o primeiro filme.

Nota: 5,0

Trailer: