terça-feira, 22 de junho de 2010

O exageiro, do exageiro.

O GOLPISTA DO ANO
(I Love You, Phillip Morris; EUA, 2009)
Dir.:Glenn Ficarra e John Requa
Com Jim Carrey, Ewan McGregor, Rodrigo Santoro, Elizabeth Banks
1h42 min - Comédia - 16 Anos



Jerry Seinfeld inspirou muitos dos comediantes stand-up que hoje fazem sucesso.

Sua fórmula era simples. Pegava simples fatos do dia a dia e transformava em espetáculo. Como todos procuram fazer hoje

Mas ele fazia isso com discrição e uma "finesse" digna do sucesso que conquistou.

Em suas nove temporadas, abordou diversos assuntos polêmicos demais para a época em que foi exibida, o que lhe deu o atual status. Lá pela sétima (ou oitava, talvez), abordou homossexualismo em pleno horário nobre da TV americana, quando o assunto ainda não era comentado tão abertamente. Não usou praticamente nenhum termo que deixasse explícito o tema do episódio.

"Não que há nada de errado com isso".

Mas usou de discrição. Muita discrição. Mesmo porque, é fato de que muitos dos temas abordados em episódios, quando não saíam de sua cabeça, era sempre relacionado a algo que observava ou pegava exemplos de seu dia-a-dia.

E a falta de discrição, ou melhor dizendo, o exageiro do exageiro é justamente o maior dos pecados cometidos por este "O Golpista do Ano"

Baseado em fatos reais, conta a história de Steven (Jim Carrey, com um visual bizarro). Um homem de família que depois de um acidente, passa a ver a vida como uma oportunidade única de aproveitá-la. Com isso, larga a família e a comunidade e se muda para Miami, onde arruma um namorado e um novo estilo de vida.

Mas ele precisa sustentá-lo, e para isso, começa a praticar pequenos golpes, que o levam, eventualmente para a cadeia. Lá, conhece Phillip Morris (Ewan McGregor), por quem se apaixona e bola novos planos para sustentar um novo estilo de vida.

"Eu sei, roubada... Abafa que é roubada..."

O filme contém lampejos de sequências engraçadas por conta do protagonista. Mas é muita, mas muita história que, na teoria, teria de ser contada e foi relegada a meras citações que acabam confundindo o espectador.

E aí, segue a velha máxima dos filmes longos em curto espaço de tempo: Personagens secundários perdem em profundidade. Facilmente esquecidos. E pequenas histórias paralelas tomam tempo demais de projeção, desconectando o entretenimento.

Considerando ser uma história real (mesmo com o final bizarro), a culpa fica com a adaptação morna e pouco engraçada.

Nota: 3,5

Trailer: