segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ciência Simples

Diversão que dá uma fome...

TÁ CHOVENDO HAMBURGUER
(Cloudy with a Chance of Meatballs; EUA, 2009)
Dir.: Phil Lord e Chris Miller
Com as vozes de Bill Hader, Anna Faris, James Caan, Andy Samberg
1h30 min - Animação/Comédia - Livre


A nova onda de animações nos deixou muito mal acostumados. Muito. Você entra num filme desses e já espera piadas politicamente incorretas, trocadilhos infames e até sátiras pesadas em clássicos cinematográficos. Não me entenda errado. Adoramos isso. Mas nos esquecemos do humor mais clássico. Aquele humor físico, presente nos clássicos da Disney, que rendeu tanta bilheteria no passado.

Flint Lockwood é um inventor fracassado. Suas experiências desastrosas já não atraem mais a atenção de sua cidade, que depende excusivamente da pesca e consumo do consumo de sardinhas. Até que Flint cria uma máquina, capaz de converter água em comida. E literalmente, faz chover hambúrguer e todo o tipo de alimento que o atrapalhado cinetista digita em seu computador. O problema é quando o prefeito da cidade resolve transformar o fenômeno metereológico em atração turística e a máquina começa a apresentar problemas.

"É a dancinha do robô!"

Como você deve ter percebido, pelo parágrafo de introdução, o filme não apresenta as piadas que um filme de animação recente costuma a trazer. E essa falta de um humor ácido pode deixar o filme um tanto sem graça para muita gente. Os pais deverão curtir mais pelas risadas de seus filhos e talvez até pelo clima "anos 80", que o filme presta homenagem em pequenos detalhes espalhados pelo longa (quem aí não sabe o que é um "genius", por exemplo). É um legítimo filme infantil, com muita comédia física. Há no entanto, duas mensagens para o público-alvo. Sutis, eficientes e sem precisar desviar da história para que todos no filme entendam. Pais, não se preocupem: O filme deixa claro de que o cionsumo desenfreado de fast-food é ruim. Mas eu "truco" o leitor não sentirem aquela vontade de comer uma "besteirinha" após a sessão.

Nota: 6,0

Trailer

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Fruto da Paciência

A Guerra, segundo Tarantino

BASTARDOS INGLÓRIOS
(Inglorious Basterds; EUA/ALE, 2009)
Dir.: Quentin Tarantino
Com Brad Pitt, Christopher Waltz, Mélanie Laurent, Diane Kruger
2h33 min - Ação - 18 Anos


Tarantino é um devoto do cinema. Você pode não concordar com as altas doses visuais de violência, ou com os diálogos extensos e nem sempre politicamente corretos. Você pode até taxa-lo de insano se quiser. Mas tem de reconhecer a qualidade de produção e o emprego do bom perfeccionismo nos seus filmes e roteiros. E este "Bastardos Inglórios", não é nem de longe, exceção.

Um grupo de judeus americanos se juntam e se tornam os "bastardos". Esse pelotão se dedica a emboscar, capturar e torturar soldados nazistas durante à segunda guerra, sempre deixando um vivo, para que este espalhe a notícia de que nenhum soldado alemão está a salvo. A grande chance de pegar integrantes do alto escalão do Terceiro Reich acontece quando o pelotão é notificado da estréia de um filme nazista em um pequeno cinema de Paris.

"E aí? O que achou desse leitor?"

Aviso: Não espere um filme de combates, como um filme de guerra comum. É um filme de Quentin Tarantino. Haverá muitos diálogos, tiroteios e violência descarada. Na sua sétima incursão em longas-metragens, o diretor entrega um audacioso roteiro (com sua marca impressa em cada frame dos 153 minutos de duração), envolto em violência, referências cinematográficas riquíssimas (que vão dos westerns spaghettis de Sergio Leone à Cinderela), diálogos brilhantes e até um final inusitado para a segunda guerra mundial. Começa com um sufocante prólogo e aos poucos, o diretor apresenta sem pressa cada um dos personagens cruciais para o desenvolvimento da trama. Destaque para as atuações de Brad Pitt (seu personagem Aldo Raine é um dos mais engraçados já escritos pelo diretor) e principalmente Christopher Waltz, como o cruel e persuasivo Coronel Hans Landa (interpretação que lhe valeu prêmio em Cannes). Mantenho o aviso: Não é um filme de guerra comum. "Bastardos Inglórios" é um filme engraçado, insano e inegavelmente brilhante.

Nota: 10

Trailer:

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sucesso reciclável

O mesmo filme. Outros atores.

A VERDADE NUA E CRUA
(The Ugly Truth; EUA, 2009)
Dir.: Robert Luketic
Com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner, Eric Winter
1h36 min - Comédia Romantica - 14 anos


A história você já conhece. Menina conhece menino e não o suporta. Mas menino tem uma vantagem interessante e a menina acaba se rendendo e aproveitando. Menino se apaixona por menina por tras da fachada machista. Eles brigam e no final, menino tem de superar seus bloqueios sociais para conquistar a menina em uma declaração de amor que arrancará suspiros da platéia apaixonada. No papel da menina, a namoradinha da américa. No papel do menino, um astro em ascenção. Sim, você conhece esta fórmula e provavelmete já viu este filme. O desafio de cada comédia romântica é variar no desenvolvimento da história para cativar a platéia com frases e momentos memoráveis para fugir o máximo possível do lugar-comum.

A "menina", neste caso é Abby Richter (Katherine Heigl), figurona da produção de um telejornal matinal que tem uma enorme dificuldade de encontrar seu príncipe encantado. O "menino", é Mike Chadway (Gerard Butler), um apresentador de um programa que mostra às mulheres "a verdade nua e crua" sobre como os homens pensam e vê as mulheres. Mike é contratado pelo chefe de Abby para tentar salvar os índices de audiência do programa e após um começo turbulento entre os dois, Mike tentará ajudar a estabanada Abby a conquistar o vizinho.

"É dois pra lá e dois pra cá..."

É um filme agradável para a vista e com atuações divertidas do casal protagonista. Um passatempo divertido e descontraído para quem quer investir o ingresso. Se você é fã de carteirinha das comédias românticas e dos filmes descompromissados com as "namoradinhas da américa", então este filme será um prato cheio. A química do casal é boa (mesmo achando que Gerard Butler não é um cara para comédias românticas) e a história é enxuta e bem montada. Mas preciso avisar que infelizmente, muitos dos bons momentos do filme estão no trailer e isso não ajuda muito no fator surpresa. As risadas originais já foram dadas uma vez e a sensação no final das contas pode ser de que você poderia ter se divertido mais. Nada que um bom jantar em seguida não complete o programa.

Nota: 6,5

Trailer:

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Excelência Emocional

A homenagem da Pixar, à vida.

UP - ALTAS AVENTURAS
(Up; EUA, 2009)
Dir.: Pete Docter
Com as vozes de Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Delroy Lindo
1h36 min - Animação/Comédia - Livre



Quem nunca ouviu falar na Pixar? Sinônimo de qualidade e diversão garantida, o estudio de animação, vem priorizando histórias sobre a comédia. Não que a comédia, que fez bonecos ganharem vida, carros falantes e peixes perdidos se encontrarem enfraqueceu. Mas a sensibilidade do contador de histórias aflora a cada vez mais nos filmes. Sai o sarcasmo "adulto", e entra a honestidade do sentimento.

Carl Fredericksen (De longe, um dos melhores personagens do curriculo da Pixar) é um senhor que após a dura perda de sua mulher, decide cumprir um antigo desejo de sua amada: Visitar as cachoeiras da America do Sul. Para isso, mune sua casa com milhares de balões e resolve chegar ao seu destino sentado em sua sala de estar. Junto dele, Russell, um escoteiro falastrão que estava na varanda de sua casa por acidente.

"Não se tem uma vista dessas la onde eu morava..."

Não vou entrar no mérito da qualidade tecnica da animação. Vou me ater a história. São filmes como este, que provam a distância exageirada que a Pixar tem frente à concorrência. O filme é um oasis para os olhos. A Pixar mergulha nos personagens caricatos, capricha no humor e entrega uma história singela, forte e brilhante. Não é o filme bonitinho que seus filhos assistem. Os primeiros 20 minutos são uma verdadeira surra no espectador, contemplando a bela vida que o personagem central teve e o fardo de carregar a saudade e a solidão. E para alimentar a força de vontade que motiva Carl, três coadjuvantes, responsáveis pela verdadeira diversão: Russell é o contraponto perfeito para toda a mesquinharia que o protagonista oferece. Kevin, é a encarnação do humor físico. E Doug. O cachorro falante, que faz as vezes da criançada e completa a trupe da mais bela homenagem à terceira idade que um filme pode oferecer. O vilão e seus motivos podem passar de forma meio fraca e desastrada, se contraposto com o desenvolvimento da trama. Não diminui os méritos deste filmaço que a Pixar, novamente, faz com o coração para seus fiéis espectadores.

Nota: 9,5

Trailer:

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A Comédia Alcoolizada

Non-sense entre amigos.

SE BEBER, NÃO CASE
(The Hangover; EUA, 2009)
Dir.: Todd Phillips
Com Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha
1h 40 min - Comédia - 14 Anos


O cinema non-sense está, aos poucos, se encaixando no gosto popular e encontrando um meio-termo entre a comédia pastelão e a inteligente. Usam como base, histórias comuns, personagens bons, piadas afiadas e situações inusitadas. A prova disso são os bons numeros de bilheteria em que filmes do gênero arrecadam nos fins de semana de estréia. De cabeça, penso em "Penetras - Bons de Bico" e "O Virgem de 40 Anos", por exemplo. Apostando sempre em jovens nomes do cinema e comediantes competentes (em geral, saídos de seriados de sucesso). "Se Beber, Não Case", é o mais novo exemplar a se juntar aos exemplos citados acima.

Doug vai se casar. E como despedida de solteiro, decide viajar a Las Vegas com seus dois melhores amigos e o irmão de sua noiva. Depois do brinde, somos transportados para a manhã seguinte: Ninguém lembra de nada do que aconteceu. O noivo sumiu e o quarto está uma bagunça. Entre a falta de um dente, um bebê, passagens pelo hospital e um tigre dentro do quarto, o grupo terá de descobrir o que aconteceu na noite anterior encontrar o noivo e voltar ao casamento a tempo.

"Ele não é o meu filho..."

Um dos méritos do filme é entregar ao espectador exatamente o que ele vende: Não espere um filme cabeça. Carregado de piadas geniais e non-sense a história faz o público se divertir até mesmo com as cenas injetadas no trailer. Você sabe até a piada que virá a seguir, mas quando ela chega, te acerta em cheio, como se não soubesse nada. O elenco semi-desconhecido (a não ser que esteja antenado com series de televisão) faz um belíssimo trabalho e parece se divertir tanto quanto seus personagens em cena. Não posso escrever sobre este filme e não citar Zach Galifianakis (o barbudo da foto acima). Dono das melhores piadas do filme, ele precisa de duas cenas para estabelecer seu domínio e ganhar a simpatia do público (a piada sobre o nome do cassino, pode ser idiota, mas é impossível não rir). Não só rouba o espetáculo, como é uma bomba esperando para explodir a cada vez que aparece em quadro. É a comédia do ano? Em vista dos filmes a serem lançados até o fim do ano, é cedo para se dizer. Mas é comédia de primeira. A não ser que você seja sério demais para isso...

Nota: 9,5

Trailer:

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Louco e o Ingênuo

O irmão espalhafatoso de Borat

BRÜNO
(EUA, 2009)
Dir.: Larry Charles
Com Sacha Baron Cohen, Gustaf Hammarsten, Clifford Bañagale, Chibundu Orukwowu
1h21 min - Comédia - 18 Anos



Fazer cinema para chocar a platéia não é novidade. Muitos diretores fazem isso todo ano. Chocar a platéia expondo verdades da sociedade, para a sociedade, é a veia central de todo documentário. Em 2006, "Borat" misturou ficção, comédia e documentário em um filme hilário e chocante. Criou grande impacto (positivo e negativo), tomou a crítica mundoial de surpresa e se estabeleceu como ícone (quem aí nunca usou um dos bordões do desajeitado repórter do Cazaquistão?). Para tentar seguir o rítimo, o comediante Sacha Baron Cohen usa a mesma fórmula de sucesso para fazer a "sequencia".

Brüno é um repórter de moda austríaco, homossexual assumido, que adota métodos incomuns para fazer seu jornalismo. Mas após alguns sérios deslizes, é demitido de seu emprego e barrado em todos os grandes eventos de moda da europa. Em sua busca cega pela fama, decide viajar pelo mundo para se destacar novamente e se tornar conhecido mundialmente.

"Você está no Austria Gay TV!"

Se a intenção de Cohen era chocar a platéia, acertou em cheio. Usando e abusando das câmeras escondidas (o que gera marcas astronômicas de processos contra o ator), o filme brilha ao expor até onde a sociedade vai para se tornar famosa. E é isso. O resto, não passa de uma cópia e de uma sequencia aquém do filme do repórter cazaque. Seja pela expectativa que o primeiro filme gerou, ou pela mesma linha de piadas adotadas. Se Borat crescia com os choques culturais e com as pitadas racistas e xenofóbicas, Brüno prima mais pelo o que é visualmente chocante, o que faz o filme se tornar apelativo em certos momentos (a piada com Hitler é boa, mas dentro do contexto do filme, um tanto exageirada, por exemplo). Engraçado, sem dúvida (mesmo considerando que quase todas as grandes cenas foram expostas no trailer). Mas já vimos este filme antes.

Nota 7,0

Trailer (sem legendas):

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Orquestra de Balas

Michael Mann delata o inimigo público número um.

INIMIGOS PÚBLICOS
(Public Enemies; EUA, 2009)
Dir.: Michael Mann
Com Johnny Depp, Christian Bale, Marion Coitillard, Jason Clarke
2h20 min - Açao - 16 Anos



Há pouquíssimos cineastas em atividade que conseguem fazer cinema de ação como Michael Mann. Orquestrar um tiroteio então, menos ainda. Explica-se. Michael Mann sempre prima pelo profissionalismo, como subtema incurtido em suas histórias. O total comprometimento de seus personagens na manutenção degradação do cumprimento da lei. Não é de se assustar, portanto, que a cinebiografia do primeiro bandido a ganhar o status de Inimigo Público número um e a paralela criação de um bureau para defender o país, que com o passar dos anos se tornaria no mais ilustre: o FBI.

John Dillinger (Johnny Depp, com a categoria que se espera dele) se torna uma espécie de celebridade por roubar dinheiro do governo - e nunca da população - em meio à depressão. Mas o senador J. Edgar Hoover tem planos ambiciosos para a criação do Bureau, e nomeia Melvin Purvis (Christian Bale, aceitando qualquer papel hoje em dia) como líder e responsável pela captura de Dillinger. E o plano de Purvis para cumprir sua missão é atingir Dillinger onde mais doi: Sua amante, Billie Frechette.

"Não sou o Dillinger... Tirei o bigodinho..."

Inimigos Públicos é um filme que tem todas as qualidades que um filme de Mann costuma ter. Com uma ressalva: Quem acompanhou filmes como "Fogo Contra Fogo" e "Colateral", por exemplo, onde o envolvimento com os personagens era automático e a platéia se dividia entre torcer pelo sucesso do bandido ou do mocinho. Aqui, o carisma de Depp pode ter atrapalhado um tanto, o que agrava-se pela diferença de tempo de tela entre os antagonistas. Bale fica em segundo plano e as ações policiais se tornam mais táteis apenas na terceira e derradeira parte do filme. Não há como desenvolver simpatia pelos mocinhos. Torcer pelos bandidos não passa a ser dilema, mas consequência. Mesmo que você saiba onde isso vai dar. De resto, um belíssimo filme, com sequências de ação empolgantes e espalhadas pelo filme (ao invés de concentrar tudo em um grande tiroteio). E com uma boa história permeando as balas, com um final pouco convencional, honesto e que pode desagradar muita gente. O que nos faz lembrar que pouquíssimos cineastas em atividade que conseguem fazer cinema de ação como Michael Mann faz.

Nota: 9,0

Trailer:

domingo, 2 de agosto de 2009

A Preparação

Potter fica mais sombrio e prepara o terreno para a conclusão da saga.

HARRY POTTER E O ENÍGMA DO PRÍNCIPE
(Harry Potter and The Half-Blood Prince; EUA/ING, 2009)
Dir.: David Yates
Com Daniel Radcliffe, Michael Gambon, Alan Rickman, Helena Bonham-Carter
2h35min - Aventura - 10 Anos



Aviso aos leitores. Não assisti ao segundo nem ao quinto filme da série. Não li nenhum livro da saga de Potter.

Ainda aqui? Ótimo. Vou falar do sexto filme da saga do bruxo adolescente que cativa um imenso e fanático público, com suas razões. Apesar de não ter gostado muito dos dois primeiros filmes que assisti (o primeiro e o terceiro), é inegável o cuidado e a precisão técnica de recriar um mundo, que segundo os fãs ardorosos, com muita fidelidade à descrição dos livros. E uma frase à parte para a categoria superior de efeitos especiais obrigatórios para encantar os olhares dos fãs dos livros, fãs dos filmes e até àqueles que como eu, gostam de entretenimento na telona.

No sexto filme da série, a ameaça é cada vez maior para Hogwarts e o mago Dumbledore se aproxima ainda mais de Harry Potter, devido a iminência de uma grande batalha contra Voldemort. Por conta disso, os dois começam a rever as memórias capturadas do vilão para tentar descobrir meios concretos de derrotá-lo e o professor Horácio Slughorn pode ser uma peça importante.

"Harry, acho que encontraremos o Gollum naquela caverna..."

Uma coisa é fato: Este filme é uma ponte. Uma preparação para o anunciado "quebra-pau" que deverá acontecer no capítulo final. A saudável direção de David Yates consegue criar um clima muito tenso e vital para o bom funcionamento da trama. E o roteiro, enrolações à parte, é cauteloso e bem construido, que permite aos pouco familiarizados a se situarem na trama sem precisar perder muito tempo para se encontrar. E o que dizer da parte técnica do filme? Irretocável e sem capacidade para ganhar críticas negativas. A saga de Potter ganha um belo filme, um capítulo que faz jus à grandiosidade de seu tema e de seu eleitorado. Assistir ao derradeiro episódio (que será dividido em dois) será inevitável. E a vontade de recapitular toda a história aflora pela primeira vez neste crítico.

Nota 8,5

Trailer:

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Confortáveis Clichês

Fórmula batida com atores competentes

A PROPOSTA
(The Proposal; EUA, 2009)
Dir.: Anne Fletcher
Com Sandra Bullock, Ryan Reynolds, Craig T. Nelson, Mary Steenbugen
1h 48 min - Comédia Romântica - Livre



Ok, não vou entrar em detalhes sobre a competência de Sandra Bullock em termos de comédias românticas. Uma atriz engraçada, com boa presença de cena, sempre amparada por roteiros engraçadinhos e diretores que parecem dar bastante espaço para ela. E não vou entrar em detalhes sobre a competência de Ryan Reynolds de fazer as pessoas rirem no cinema. Fez isso em filme de terror e fez isso em filmes de ação. Cada um, "namoradinhos da américa" (não que este blogueiro se apegue a este termo) em sua determinada época. E agora, juntos no mesmo filme.

O filme conta a história da dominadora chefe Margareth Tate (Bullock em uma espécie de "Diabo Veste Prada", numa versão para as crianças), que para fugir de ser deportada para o Canadá por problemas legais, decide mentir para a imigração, contando que se casará com seu assistente (Ryan Reynolds, em seu papel característico). Para que possam conhecer melhor um ao outro - e para que sejam aprovados na entrevista do consulado - eles passarão um final de semana juntos no Alasca no aniversário da avó do assisstente. Uma balinha refrescante de menta para quem acertar o que acontece...

"Eu falei que daria certo..."

E por mais "manjado" que o desenrolar da história seja, as duas horas de projeção valem o ingresso, justamente pelo que o parágrafo inicial descreve. Os dois atores, cumprem o que prometem, demonstram estar bem a vontade nos papeis e divertir a platéia não parece ser difícil. As piadas competentes seguram a história, porque ao invés de tentar se distanciar de clichês, os abraçam com força. Esperar o final anunciado passa a ser divertido e não penoso. Principalmente com uma senhora tão engraçada como Bety White (a "Vovó Annie"), que rouba a cena. Em tempos de super-heróis, bruxos amaldiçoados e tiroteios, um filme que lhe deixa respirar e curtir um programinha a dois.

Nota 7,5

Trailer:

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Evolução das espécies

Maior e Melhor. Diversão garantida.

A ERA DO GELO 3
(Ice Age: Dawn of the Dinosaurs; EUA, 2009)
Dir.: Carlos Saldanha
Com as vozes de Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Queen Latifah
1h 34 min - Comédia/Animação - Livre


A Fox nunca entrou pesado no conturbado mercado de animações. Com filmes mais (digamos...) simples e se concentrando nas histórias, conseguiu captar seu público fiel. A estratégia para entrar foi simples. Girou em torno de um esquilo e sua noz. Em um teaser sensacional, que depois descobrimos ser a abertura do filme. E quando o filme passou, Scrat (o esquilo) era apenas um coadjuvante. Mas que aparecia sempre quando o filme precisava de uma injeção de ânimo ou de uma nova guinada na história. Deu certo. Deu duas sequências. A terceira parte abocanhou a liderança de bilheteria nos EUA e no Brasil (desbancando Transformers).

No novo capítulo, Manny, o mamute está para ser pai. Isso desperta o instinto maternal/paternal na preguiça Sid, que ao encontrar três ovos de seu tamanho, decide cria-los. O que o bando não fazia idéia, é de que os ovos pertencem a um tiranossauro, que vive junto a uma sociedade de dinossauros debaixo da camada de gelo onde se passaram as duas histórias anteriores. O tiranossauro então, busca os ovos e acaba levando Sid junto. O grupo agora terá de descer ao novo mundo para resgatar seu amigo falastrão.

"Não, eu não vi a sua noz..."

Seguindo a cartilha das sequências inteligentes, e levando a idéia do "maior e melhor" ao pé da letra, o terceiro capítulo se apresenta como o melhor. De longe. Um tamanho cuidado com a história quanto com a animação, "A Era do Gelo 3", é de fato a evolução de sua espécie. As piadas agora satisfazem adultos e crianças (muitas delas apenas para adultos), a história não descamba para momentos sensíveis ou tristes. As gags tomam uma sequência inacreditável, que faz o filme decolar. Mesmo que acredite que seja previsível, temos de reconhecer o abismo entre as produções anteriores. E a presença de Scrat, com uma disputa saudável pela noz. A iminente aparição de fêmea da sua espécie, que brigarão pela noz até... Bem. Sem spoilers. Valeria o ingresso simplesmente pelo sensacional tango que os dois dançam na disputa. Mas a história e o humor rivalizam pela primeira vez com o esquilo. Vale vários ingressos.

Nota: 8,5

Trailer:

Crise Econômica

O mau corte de gastos.

TRANSFORMERS: A VINGANÇA DOS DERROTADOS
(Transformers: Revenge of The Fallen; EUA, 2009)
Dir.: Michael Bay
Com Shia LeBeouf, Megan Fox, John Turturro, Josh Duhamel
2h 30 min - Ação - 12 anos


Em 2007, tive de defender a duras penas o meu gosto pelo filme Transformers. Era um filme que, apesar de forçado, respeitava seu público-alvo: Espectadores que queria cenas intensas de ação, combinadas com efeitos sonoros e visuais incríveis. Foi realmente um "filme de temporada" como o público merecia. E a sequência viria, não só pelo desfecho, mas pela máquina de dinheiro que a franquia tinha se mostrado: Uma das 5 maiores bilheterias em um ano com Homem-Aranha, Shrek e Harry Potter. Mas entre Julho de 2007 e Julho de 2009, uma crise econômica que assola o planeta e afetou praticamente todos os setores de produção. Inclusive o cinema.

Na sequência, Sam vai para a faculdade e acaba encontrando um pedaço do "Cubo": Uma fonte de energia, capaz de criar os Transformers. Fallen, um vilão mais poderoso do que Megatron, decide mandar novos robôs à Terra, para rastrear e obter este pedaço para recriar seu exército e se vingar de Optimus Prime e os Autobots. Ah, antes que me esqueça, Os transformers já existiam antes mesmo da nossa existência e teriam escondido uma arma poderosíssima em algum lugar do planeta.

"Corre, que agora vamos ter que fazer o terceiro..."

O que parece ter sido perdido durante a transição, foi justamente o que o público esperava ver: Grandes cenas (em quantidade e qualidade) de ação, com a natural evolução que uma sequência pede, com robôs melhores. Mas a produção optou por aumentar as piadas e encurtar a ação. Não me entendam errado, o filme tem suas boas piadas, mas pensar em segurar um filme de ação com duas horas de comédia chega a ser bizarro. A grande sequência inicia o filme, a segunda boa vem lá com uma hora. E o confronto final, no meio do deserto (o que acredito ter economizado bons valores), chega a ser uma piada. A história? Um insulto. Uma perda incrível de tempo e um insulto. Os robôs? Mais do mesmo. Mas o verdadeiro crime foi diminuir toda a vontade do seu público de ver o robô Bumblebee participar de uma ínfima cena (com menos de 5 minutos) perdida em meio à sequência final. Não vou nem comentar sobre o tamanho da participação dos militares, que tiveram seu espaço no filme original. Preferia uma história mais simples, como uma vingança clichê por parte do antagonista do filme original, Megatron. A destruíção característica do diretor Michael Bay foi cortada, mas ele pode manter seus takes mirabolantes. O público perdeu. Fico com o primeiro filme.

Nota: 5,0

Trailer:

domingo, 14 de junho de 2009

Longe da salvação

Christian Bale deu um chilique no set por conta disso...

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO
(Terminator Salvation; EUA, 2009)
Dir.: McG
Com Christian Bale, Sam Worthington, Bryce Dallas Howard, Anton Yelchin
1h55 min - Ação - 14 anos



Quando James Cameron fez Arnold Schwarzenegger soltar o famoso "I'll Be Back", mal ele sabia o que ele havia criado. O primeiro filme, foi uma bela surpresa. O segundo um clássico do cinema contemporâneo e de longe, o melhor da saga. O terceiro, um completo desastre. Mas como ddeixar uma franquia milionária em suspensão? Sem o "governator" no poster, a idéia inicial de "Exterminador 4" era dar novas caras (o operário-padrão do momento Christian Bale, por exemplo) e ressaltar aquele apocalíptico que até então vimos apenas em flashbacks. Ou se preferir, passar o espanador nos cenários do Mad Max.

A história, passada depois do domínio da Skynet, traz John Connor consolidado como líder da resistência humana às voltas com uma nova tecnologia que seria capaz de controlar as maquinas. Mas no meio do caminho, o garoto Kyle Reese (que seria crucial para a existência de Connor) foi capturado pelo inimigo, e com a ajuda de Marcus Wright, um homem misterioso, eles terão de efetuar o resgate do garoto e colocar um fim à ameaça.

"Esse Octopus é mesmo muito interessante..."

O filme só não consegue ser mais desastroso, porque promete o que cumpre: Cenas de ação de cair o queixo. A primeira sequência, em especial estabelece as condições em que os heróis do filme estão, e o nível de perigo que os vilões oferecem. E mais, a tecnologia estaria em um nível sufocante e letal para a resistência. Com isso dito, é necessário dizer que em meio as inacreditáveis falhas no roteiro, e a história besta, o filme se preocupa tanto em prestar homenagens aos filmes anteriores que parece se esquecer de entreter o público atual. O que poderia ser a grande reviravolta da história, é vendida logo no trailer final e portanto, enfraquecida durante a sessão. Se espera explosões, tiros e muita destruição, vá em frente. Se espera um capítulo digno de dar continuidade ao clássico "T2", junte-se ao clube...

Nota: 6,0

Trailer:

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Jogo de Espiões

Julia Roberts e Clive Owen tentarão enganar a todos...

DUPLICIDADE
(Duplicity; EUA, 2009)
Dir.: Tony Gilroy
Com Julia Roberts, Clive Owen, Tom Wilkinson, Paul Giamatti
2h05 - Comédia - 14 anos


A máxima de que grandes astros fazem bons filmes, tem se mostrado em baixa nos últimos anos. Eu, particularmente, discordo. Penso que bons roteiros, fazem bonfilmes. Os astros influenciam, sem dúvida, mas vamos com calma. Astros inspirados ou astros à vontade se encaixam e o bom filme sai. "Duplicidade" tem o plano perfeito: Uma trama esperta, um trailer engraçado e bons atores à frente. O casal principal tem a química que consagrou o filme "Closer - Perto Demais" (ainda que você não se sinta tão entusiasmado com este excelente filme). O que poderia dar errado?

Claire (Julia Roberts, com sono) trabalha de espiã para uma multinacional de produtos de higiene pessoal. Ray (Clive Owen, empolgado até demais) trabalha como espião para a empresa rival. Uma delas tem um novo segredo que será lançado ao mercado em breve. O que ninguém sabe (a não ser você, espectador), é que Claire e Ray são amantes e pretendem dar um golpe e faturar uma bolada com o tal segredo. Se não fosse o fato de um não confiar no outro.

"Não consigo sorrir mais do que isso..."

E então, o que poderia dar errado? Bem, as coisas não dão errado, propriamente dito. Mas o problema de "Duplicidade" é que a trama quer ser mais complexa do que ela deveria ser. é divertido ver o casal com a falta de confiança um no outro, mas tudo se estende ao ponto de você começar a sacar o que virá a seguir. As reviravoltas se tornam previsíveis e o filme perde um pouco de sua força. O diretor Tony Gilroy (do excelente "Conduta de Risco") acerta mais com seus coadjuvantes (sem mencionar na excelente sequencia dos créditos iniciais, onde a rivalidade das empresas é estabelecida sem precisar de uma fala) do que com seus atores principais. Roberts parece atuar certa de que o filme será um sucesso, ao passo de que Owen se mostra apto a fazer de tudo para que isso aconteça. A atmosfera "cool" funciona melhor na trilogia "Onze Homens e Um Segredo". Mas é divertido, sem dúvidas.

Nota: 7,5

Trailer:

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Injeção de Ânimo

Maior e melhor. O segredo de uma sequência de sucesso.

UMA NOITE NO MUSEU 2
(Night at The Museum: Battle for the Smithsonian; EUA, 2009)
Dir.: Shaum Levy
Com Ben Stiller, Amy Adams, Hank Azaria, Robin Williams
1h45min - Aventura - 10 anos

Ainda existe algumas pessoas que habitam o mundo das produções cinematográficas, que sabem como fazer filmes para a família. Filmes onde as reviravoltas não incluem um fim de semana em acampamentos, guerras de comida, e tantos outros clichês do gênero. Sem aquela "maluquice saudável" dos primeiros filmes da série "Esqueceram de Mim" e outros habitantes das sessões da tarde, produzidos por John Hughes e Chris Columbus, cheios de clichês, mas nunca apelativos. E anos depois, a simples idéia de um museu vivo, e sua saudável sequência.

Saudável, por trazer personagens interessantes de volta. Saudável, por saber fazer o público rir. Saudável por respeitar a sua história e a história natural. O filme traz o personagem de Ben Stiller, Larry Daley em meio ao sucesso de sua pequena empresa, mas sendo obrigado a voltar às origens de guarda do museu de Nova York, quando descobre que seus amigos estão sendo transportados para Washington. E os que não estão, serão fadados à inanimação eterna (você vai ver no filme). Larry terá de se infiltrar no novo museu e garantir que a ordem será instaurada.

"Não é o seu guarda comum"

O filme é exatamente o que "filmes familiares" devem ser: Divertidos, barulhentos, coloridos e sem qualquer pretensão de ser realista. Ben Stiller comanda (quando não desaparece entre) os coadjuvantes, que ganham excelentes novidades com a entrada de novos personagens do museu de Washington. Um vilão caricato, mas que se encaixa perfeitamente no contexto, se alia a novos vilões da história o que dá espaço a novas gags (a melhor delas no momento onde dois outros querem aderir à causa). Os roteiristas, que se divertiram muito mais do que no original, aproveitam a deixa para soltar piadas para adultos e ganhar a simpatia dos infantos. O original continua com seu charme irretocável e felizmente, respeitado. Mas o recado de que as sequências devem ser maiores e mais divertidas foi entendido com perfeição.

Nota:8,0

Trailer:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dedo na Ferida

A polêmica continua...

ANJOS E DEMÔNIOS
(Angels & Demons; EUA, 2009)
Dir.: Ron Howard
Com Tom Hanks, Ayelet Zurer, Ewan McGregor, Stellan Skarsgard
2h18 min - Suspense - 16 Anos



Dan Brown é um escritor que obteve grande sucesso com livros intrigantes, polêmicos e surpreendentes. Muito bem argumentados e com tramas de prender o leitor, alguns críticos já previam versões cinematográficas de seus romances. Em 2006, quando seu maior sucesso "O Código DaVinci" foi lançado em meio à polêmica com a igreja católica, o público achou que a adaptação havia ficado aquém das páginas, mesmo com a farta bilheteria que indicava o retorno de Robert Langdon na pele do astro Tom Hanks. O DVD do "código" anunciava a pré-produção, e três anos mais tarde, o segundo filme.

Anjos e Demônios traz Langdon envolvido com uma investigação que indica uma suposta conspiração de uma seita secreta, os Iluminatti, que pretendem assassinar o Papa assim que esta for escolhido e assumir o posto. Mas o sequestro dos quatro principais postulantes ao cargo e a ameaça da execução de cada um deles faz com que seja instaurada uma corrida contra o tempo para que seja impedida uma tragédia na frente de milhares de (religiosos) que aguardam o anúnico do novo chefe-maior da Igreja Católica.

"É... vai chover mesmo..."

Ron Howard continua com sua mão segura, alinhada à tomadas delirantes e vertiginosas, para passar a idéia de magnitude, seja dentro de uma igreja em Roma, seja em meio à uma praça tomada por religiosos. A história ajuda e Hanks parece estar mais à vontade como Langdon. A ameaça também se torna mais palpável que o filme anterior e o corre-corre que o roteiro exige acaba por ser bem executado. A impressão que fica é que "Anjos e Demônios" foi concebido para apagar toda a decepção que "Código" deixou nos fãs da obra. Talvez pelo fato da polêmica ser mais, digamos, tátil do que as teorias e códigos e tramas. Não é perfeito, mas diverte. E superior ao filme de 2005.

Nota: 7,5

Trailer:

sábado, 9 de maio de 2009

Futuro Promissor

Aberta a temporada do verão americano de 2009

X-MEN ORIGENS: WOLVERINE
(X-Men Origins: Wolverine; EUA, 2009)
Dir.: Gavin Hood
Com Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Houston, Lynn Collins
1h47 min - Ação - 12 anos


Sabe quando todos parecem goostar de um filme e você está lá, solitário na platéia, achando tudo muito chato? Este era eu, há alguns anos atras, durante a sessão de X-Men 2. Nada para mim fazia sentido (salvo à excelente sequência inicial com um dos meus mutantes favoritos em ação, Nocturno), não tinha graça e tudo estava muito longe de me deixar empolgado como os quadrinhos e até a série animada. Era bem melhor do que o vergonhoso filme original, mas ainda assim ruim. O terceiro tentou com alguns personagens novos (como o Fera), mas o resultado final não foi satisfatório. Tinha declarado como encerrada a história dos mutantes na telona. Mas, anos depois, o filme-solo do mais famoso dos personagens: Wolverine.

Começa com o personagem-título ainda criança e sua primeira experiência com seus ossos afiados saindo de seu punho. Seu irmão Victor, também tido como uma aberração, aproveita a descoberta do caçula e foge com o pequeno. Crescem, lutam por várias guerras até serem descobertos como mutantes e isolados pela sociedade. Até serem recrutados pelo General William Stryker para formar uma liga de assassinos treinados. Decepcionado com o andamento das coisas, Logan resolve se isolar, mas com o tempo, seu passado o alcança e com um trágico desfecho, ele se tornará voluntário de uma experiência que o tornará indestrutível.

"Eu ja disse que essas suas unhas estão sujas, não disse?

E eis que os X-Men ganham o primeiro filme digno da série. Não é excelente ou memorável, mas entrega sequências de ação de encher os olhos. Hugh Jackman está pela primeira vez à vontade com seu mais famoso personagem e com um vilão à altura. Quem esperava mais dos mutantes coadjuvantes (como finalmente, Gambit) pode se decepcionar, dados os devidos minutos em cena. Os duelos entre Wolverine e o vilão Victor Creed (Dente-de-Sabre) são curtos, mas bem-feitos. Empolgam a platéia. A história convence e diverte, com piadinhas que acompanham a viagem ao lado de bons efeitos especiais. A direção segura e emplogante de Gavin Hood abre a temporada de filmes do verão americano com bom pique. O final do filme respeita a péssima história da franquia original e por isso deixa as amarras abertas. E com isso, a possibilidade de mais filmes-solo de outros mutantes se torna cada vez mais real. E quem sabe, mais filmes decentes para seu público cativo.

Nota: 8,0

Trailer:

domingo, 3 de maio de 2009

Ressentidos e Nostálgicos

A franquia ganha força, mas derrapa nas curvas

VELOZES E FURIOSOS 4
(Fast & Furious; EUA, 2009)
Dir.: Justin Lin
Com Vin Diesel, Paul Walker, Jordana Brewster, Michelle Rodriguez
1h42 min - Ação - 14 Anos


Quando o primeiro "Velozes e Furiosos" foi lançado em 2001, fez barulho: Luzes de neon, carros tunados, hip-hop bombando nas radios, dentre tantas coisas que pudemos perceber frente ao imenso sucesso de público. Em 2003, o pior da série foi lançado e alguns só ficaram satisfeitos com a terceira parte, de 2006. Bem, levou oito anos para os produtores perceberem que talvez fosse necessário a volta dos personagens originais (o que, ao meu ver, pelo menos, constitui uma sequencia) para que a série "Velozes e Furiosos" pudesse fazer sentido.

O filme se passa um tempo antes do terceiro episódio e começa com um belíssimo assalto em meio a estradas precárias da República Dominicana, com Toretto (Vin Diesel) e sua parceira Letty (Michelle Rodriguez) tentando roubar um caminhão-tanque. Enquanto isso, Brian (Paul Walker) investiga um traficante de drogas mexicano com quem Toretto guarda sérias rusgas. Os dois agora terão de se aliar para derrotar o inimigo em comum.

"É tudo Lego? Nem parece..."

Trazer o elenco original foi uma bela jogada. Mas o filme não se parece muito com um episódio de "Velozes e Furiosos", mas com qualquer outra história de  bandidos e mocinhos. Toretto não parece ser aquele cara ameaçador do primeiro filme. Todo aquele pique de rachas e assaltos são revividos em duas sequencias. A primeira, já citada e uma segunda bacana se não fosse por tanto GPS. A história batida e previsível, parece se preocupar muito em explicações e desenrolar toda uma investigação, podendo desapontar os verdadeiros "freaks" por tudo aquilo que o primeiro filme inspirou. Não espere atuações interessantes. Aqui tudo é feito em nome das corridas. Como passa-tempo, funciona bem. Talvez a última cena, o tradicional "gancho", possa indicar que um quinto filme seria mais próximo do que esperávamos.

Nota 6,5

Trailer:

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Animação infantil?

A Dreamworks solta uma animação leve e para adultos

MONSTROS VS. ALIENÍGENAS
(Monsters Vs. Aliens; EUA, 2009)
Dir.: Conrad Vernon e Rob Letterman
Com as vozes de Reese Witherspoon, Seth Rogen, Kiefer Sutherland, Paul Rudd
1h34 min - Comédia/Animação - Livre

Não leve seus filhos para ver Monstros Vs. Alienígenas. Melhor. Leve sim, seus filhos. Talvez seja uma boa desculpa para entrar na sessão. Principalmente se você acompanhou a onda de filmes dos anos 70/80 sobre invasões alienígenas (com ETs ruins ou dóceis). E tudo isso, combinado com a marca registrada da empresa: Muito sarcasmo, piada para adultos e perosonagens esquisitões.

O filme começa com um meteorito que atinge Susan Murphy no dia de seu casamento. A substância, faz com que ela fique gigante e seja prontamente reclhida pelo governo norte-americano. Escondida da população, ela conhece outros seres bizarros que, assim como ela são mantidos em segredo, caso apareça uma ameaça a qual o exército norte-americano não dê conta. E em uma questão de dias, alienígenas chegam ao planeta na busca por uma substância contida no meteorito.

"Ah, não se assuste, nós somos os bonzinhos..."

Aqui um bom exemplo de diversão tranquila e saudável, por meio de piadas non-sense aliadas a um texto afiadíssimo, simples e com boas sacadas. É um filme de monstros que pode não ser um "Monstros S.A.", mas que paga excelente homenagem aos grandes clássicos do cinema de ficção científica, com direito a presidentes incompetentes, generais bélicos e a B.O.B., o monstro mais simpático do cinema contemporâneo. A nova linha de animações Dreamworks, continua a fugir do "bonitinho", e passa a se dedicar cada vez mais para o pastelão, sem medo de espantar os pequenos. Crianças podem se perder em meio às risadas dos mais velhos e se atentar apenas para o colorido. Mas toda a platéia com certeza se divertirá com facilidade. 

Nota: 8,5

Trailer:

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lugar-Comum

A previsibilidade em várias histórias

ELE NÃO ESTÁ TÃO A FIM DE VOCÊ
(He is Not That Into You; EUA, 2009)
Dir.: Ken Kwapis
Com Ginnifer Goodwin, Jennifer Anniston, Jennifer Connelly, Ben Affleck
2h 09 min - Comédia Romântica


Comédias românticas têm o seu charme. A previsibilidade acaba acometendo 9 a cada 10 filmes do gênero. Não é uma reclamação. Vez ou outra, aparece uma história com um final corajoso ou no mínimo diferente do senso-comum. Mas saber o destino da história e descobrir os meios em que ela percorrerá para a conclusão é o verdadeiro charme de filmes como "Um Lugar Chamado Notting Hill" ou "Simplesmente Amor". O filme se torna interessante, tanto por força dos atores, quanto pelas linhas do roteiro. E é aqui, que "Ele Não Está Tão a Fim de Você" peca.

Com base na personagem de Gigi, o filme conta algumas histórias de amor dentro de seu círculo de amizades. Temos a solteirona, a apaixonada, a "certinha", a que espera pelo pedido de casamento. E outras personagens menores, todas elas, sofrendo de graves desilusões amorosas, por conta de um cara que em algum ponto da história, demonstra que "não está tão a fim" delas.

"Você é quem roubou a nossa cena!?"

Ok, um ponto de partido muito válido. A premissa da história era interessante. Os atores envolvidos eram conhecidos e queridos pelo público (o que provavelmente explica a farta bilheteria do filme). Mas quando chegamos ao roteiro, apenas a história da Gigi é a que realmente passa qualquer tipo de credibilidade. O(s) final(is) do filme, anunciado praticamente nos trailers chegam de forma fraquinha. As atuações decepcionam (novamente, com exceção de Ginnifer Goodwin, a Gigi), e nem a presença de boas atrizes como Scarlett Johansson e Jennifer Connelly (o que acontece com ela!?) salvam seus personagens fraquinhos. e o roteiro não ajuda. Do mais, um mosaico fraco e previsível. Negativamente previsivel. Bem longe das comédias com Julia Roberts...

Nota: 4,5

Trailer:

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os Injustiçados

Kevin Smith volta à sua grande forma

PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?
(Zack And Miri, Make a Porno; EUA, 2008)
Dir.: Kevin Smith
Com Seth Rogen, Elizabeth Banks, Craig Robinson, Jason Mewes
1h 41 min - Comédia - 16 Anos


Para começar a crítica deste filme, preciso alertar o leitor de que o responsável pelo título desprezível deste filme não faz jus, de forma alguma, ao que você verá nas quase duas horas de projeção. Não é um filme sobre prostitutas, nem de mercenários bobalhões. Ou na pior das hipoteses, indica a exibição de uma comédia bem fraquinha, o que pode até afastar algumas pessoas que não saibam o calibre dos profissionais envolvidos com a história. 

O filme conta a história do casal de amigos Zack e Miri. E da época em que eles se vêem sem dinheiro para pagar as contas básicas do mês. Depois de um incidente na cafeteria em que trabalham (envolvendo dois adolescentes, um celular e uma calcinha grande) e de reencontar a turma da formatura, Zack tem a (brilhante?) idéia de fazerem um filme pornô de baixo orçamento para levantar a grana que precisam.

"Legal essa atriz, hein?"

Kevin Smith é genial no que diz respeito à diálogos. Como poucos na indústria atual, lida com temas delicados, providos de textos espertos, amarrados com boas piadas non-sense e atuações inspiradas (créditos do diretor) que no final das contas resultam sempre em filmes agradáveis de ser ver, mesmo quando afogadas no pastelão light. Aqui, apesar de muita coisa previsível, "Pagando Bem, Que Mal Tem" (argh!), diverte por mostrar pessoas simples com ideias grandes demais para seus recursos limitados. Os coadjuvantes conseguem ser tão interessantes quanto os principais, as piadas que poderiam ser bem mais grotescas em um filme do tema, ajudam para aproximar a platéia dos personagens. Seth Rogen (o comediante-padrão do momento, é o típico exemplo: Seu personagem tem bons momentos, mas perde força quando contracena com Jason Mewes (dono do monólogo do leme Holandês) e Craig Robinson (o Darryl da série "The Office). Kevin Smith acerta a mão e entrega um de seus filmes mais bacanas. E já que não podemos fazer nada além de rir muito das traduções tosqueiras que alguns filmes ganham, o jeito é ignora-los e curtir o filme.

Nota: 8,0

Trailer:

sábado, 21 de março de 2009

Festival de Clichês

Pagando a conta do mês...

JOGO ENTRE LADRÕES
(The Code ou Thick as Thieves; EUA, 2009)
Dir.: Mimi Leader
Com Morgan Freeman, Antônio Bandeiras, Robert Forster, Radha Mitchell
1h 41 min - Ação - 14 anos


Não há mais nada de novo em filmes de roubo. Nada mais irá lhe surpreender. Sempre haverá algo extremamente valioso dando sopa, pelo menos dois atores para chamar público, uma complicação no processo, um cofre impossível de penetrar, um policial que não descansará enquanto não capturar o ladrão principal, estratégias espertinhas, e no fim da história, uma tentativa de surpreender o espectador. Tudo isso, com um interesse amoroso, uma trilha sonora com batidas e cordas, guardas idiotas e uma última cena para tentar deixa-lo com vontade de outra sessão.

Morgan Freeman e Antônio Bandeiras interpretam Keith Ripley e Gabriel Martín respectivamente neste "Jogo Entre Ladrões". Seus personagens acabam se unindo para roubar dois Ovos Fabergé (sempre eles) para a máfia Russa, com quem Ripley tem uma dívida e uma longa história que o prende. Robert Forster faz o policial que caça o personagem de Freeman. E tudo isso terá de ser resolvido em duas semanas.

"Acho que não estamos pensando a mesma coisa..."

Sinceramente? Há chances deste filme lhe agradar. Não é um total desastre (mesmo porque filmes com Morgan Freeman acabam se safando), mas é uma ininterrupta sequencia de clichês: Fora tudo o que foi descrito no primeiro parágrafo, seguir exatamente como a cartilha manda, os bandidos são muito maus, a trilha muda repentinamente para castanholas a cada vez que Bandeiras entra em cena, Freeman é o cara descolado (como e todos os filmes de ação que aparece), Rade Sherbedgia (que deve ser o único ator russo disponível para filmes de ação) é o vilão malvado do filme  e o tal final surpreendente, você enxerga desde a metade do filme. Fora uma ou outra sacada de direção e pouquíssimos diálogos inspirados, "Jogo Entre Ladrões" é mais um daqueles filmes cansáveis e fáceis de serem esquecidos. 

Nota: 5,0

Trailer:

domingo, 8 de março de 2009

Procurados

A Liga da Justiça virou fichinha.

WATCHMEN - O FILME
(Watchmen; EUA, 2009)
Dir.: Zack Snyder
Com Patrick Wilson, Jackie Earle Haley, Billy Crudup, Jefferey Dean Morgan
2h46 min - Ação - 18 anos


A Seguir, a opinião de um leigo. Leigo, porque nunca sequer abri uma das edições históricas de Watchmen. Portanto, o que você irá ler a seguir (caso decida continuar) é a opinião de alguém que, apesar de desinformado com o universo dos Watchmen, aprecia cinema de qualidade. Aprecia também, filmes que vão além do embate clássico entre heróis e vilões. Histórias que focam na alma e no lado emocional, esmerilhando a psique e as condições do mortal que se esconde atrás de uma identidade para combater o crime. Quem conhece a HQ deste post, já percebe para que lado este texto anda.

Em uma realidade alternativa, onde Richard Nixon cumpre o seu terceiro mandato, o mundo está a mercê da Guerra Fria em seu momento mais tenso com o iminente conflito nuclear entre as duas potências, um herói foi assasinado misteriosamente. A suspeita de um assassino que planeja executar todos os Watchmen fará com que eles se unam e se imponham aos poucos contra a Lei Keane (que impede vigilantes de atuarem sob máscaras e uniformes) e investiguem a ameaça.

Hum... A do Batman tinha mamilos..."

O diretor Zack Snyder (o mesmo de 300) escancara seu estilo visual logo na maravilhosa sequencia inicial (incluindo os créditos iniciais) e nas cenas adrenalinescas que o roteiro pede. Aliás, no que diz respeito à construção e ambientação da história, a equipe do diretor está afiada, despreocupada com o tempo corrido de filme e concentrada nas minuciosidades que uma HQ precisa para ser contada. Pena que as atuações pareçam estar um tanto aquém da qualidade visual (com exceções as interpretações de Jackie Earle Haley - Rorsach; e Jefferey Dean Morgan - O Comediante). As cenas com o Dr. Manhattan não funcionam, e o personagem Ozymandias sofre nas mãos de Matthew Goode. De resto, um filme visualmente estarrecedor e chocante ao mesmo tempo, alternando execuções sangrentas, diálogos impagáveis e sequências de ação empolgantes, amarrados por uma edição precisa e uma trilha sonora arrebatadora. Agora, se me derem licença, vou até a livraria mais próxima, encomendar minhas HQ's...

Nota 9,5

Trailer:

domingo, 22 de fevereiro de 2009

A Qualquer Custo

O cinema finalmente abraça Bollywood

QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO?
(Slumdog Millionaire; ING/IND, 2008)
Dir.: Danny Boyle
Com Dev Patel, Irrfan Kahn, Freida Pinto, Anil Kapoor
2h00 min - Drama - 14 anos

Histórias de amor sempre tiveram um lugar seguro no cinema. São sempre diferentes abordagens, que vão desde a mais comum (a engraçadinha) até as histórias de amor impossíveis, onde os pombinhos devem romper barreiras sociais e transpor obstáculos difíceis em nome do amor. Há ainda, histórias de amor que se resolvem com o passar dos anos, mas que garantem o final feliz. O outro favorito ao Oscar de 2009, traz quase todos os requisitos acima, com uma dosagem forte de influências Bollywoodianas.

Jamal está apaixonado há muito tempo por Latika. E Jamal também está prestes a se tornar o mais novo milionário da Índia. Só que por ser um garoto pobre e de estar a uma resposta de quebrar e transpassar um sistema social rígido, Jamal está sob investigação de fraude no programa de Televisão "Quem Quer Ser Um Milionário". Mas ao contar as histórias de sua vida, que o levam a cada uma das respostas dada ao apresentador, tudo leva a crer que mais importante do que o dinheiro que pode cair nas mãos do garoto, é sua amada o reconhecer na TV e ir de encontro a ele.

"A saída é por ali..."

A verdade é que "Quem Quer Ser Um Milionário", é um filme fácil de gostar. Tem a história do amor impossível, tem os percalsos e as dificuldades de uma história de amor, que centralizadas um "vilão" sutil e em outros vilões menores que compõem a tumultuada vida do personagem principal. Mas tem o fantasma da pobreza e da violência consequente que persegue o protagonista por todo o tempo. O foco social está sempre presente e sempre direcionando cada uma das ações de cada personagem. E tem os momentos emotivos/engraçados para prender o espectador durante as duas horas de filme. O estilo visual forte de Danny Boyle (que há muito tempo não frequentava um filme bom) acentua positivamente no filme. Muito bem escrito, muito bem dirigido, mas principalmente, muito bem editado, deve ser a (não tão) surpresa do Oscar de 2009. Já faturou muitos prêmios no ano e vencer o maior deles no cinema seria a glorificação de um filme muito bem feito e que merece o reconhecimento do público. E Bollywood continua se aproximando do outro lado do mundo...

Nota 9,0

Trailer:

10 Indicações ao Oscar

-Filme
-Diretor
-Roteiro Adaptado
-Edição
-Fotografia
-Trilha Sonora
-Canção (2)
-Efeitos Sonoros
-Som

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O direito de ser

Sean Penn roubará a noite do Oscar?

MILK - A VOZ DA IGUALDADE
(Milk; EUA, 2008)
Dir.: Gus Van Sant
Com Sean Penn, Josh Brolin, James Franco, Emile Hirsch
2h08 min - Drama - 16 Anos



Gosto muito de filmes biográficos. Principalmente quando se trata de alguém desconhecido para mim. Não importa a causa, não importa o contexto, nem a nacionalidade. Apenas me dê uma biografia de alguém que nunca ouvi falar e me conte como que a sua história influencia no mundo de hoje. E aqui, temos um elenco brilhante, liderado por Sean Penn (um dos astros mais inteligentes e capacitados do cinema atual) em uma biografia de uma persona inédita. Pelo menos, para mim, inédita.

Penn interpreta Harvey Milk, ativista que foi decisivo na luta pelos direitos dos homossexuais até se tornar o primeiro congressista gay dos Estados Unidos. Até o seu assassinato no fim da década de 70. O filme foca na luta desde a mudança do personagem para San Francisco até sua ascenção como congressista americano, terminando no ano de seu assassinato. No meio do caminho, os relacionamentos turbulentos do personagem e como ele influenciou o cenário.


"Espera, o que você disse sobre o meu cabelo?"

Eu sei que já estou me tornando repetitivo. Já é o quarto post consecutivo que vou exaltar uma atuação. Mas falar de Milk e não citar a performance marcante de Sean Penn é o mesmo que falar de um jogo de futebol e não mencionar os times que jogam. Levou os prêmios de melhor ator em todas as premiações em que Mickey Rourke não levou. Dito isso, É necessário exaltar também o tremendo trabalho de direção por parte de Gus Van Sant. Eu estava com sérios problemas para aceitar seus trabalhos mais recentes (vastamente elogiados pela crítica) e aqui ele utiliza de seu estilo clássico que cai como uma luva para imprimir a pressão em que Harvey Milk sentia. Ainda para quem não sabia absoulutamente nada sobre o ativista (eu, por exemplo) consegue captar o tom aflitivo dos reprimidos, substituindo takes impressionistas ou frases de efeito por takes densos e visualmente comprimidos. Os coadjuvantes que tomam o filme de assalto (com menção principalmente a Josh Brolin como o adversário político Dan White), estão muito bem, cada um focado na diferente forma de influenciar o personagem principal. O desfecho entregue logo aos cinco minutos de filme só fazem por ajudar na crescente aflição até o triste climax, enaltecido pela trilha maravilhosa de Danny Elfman coroam um dos mais impressionantes filmes que você verá em 2009. 

Nota 9,5

Trailer:



8 Indicações ao Oscar:

-Filme
-Diretor
-Ator (Sean Penn)
-Ator Coadjuvante (Josh Brolin)
-Roteiro Original
-Montagem
-Figurino
-Trilha Sonora