quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Duelo de Titãs

Jackie Chan e Jet Li lutam, mas depois fazem as pazes nesta aventura para toda a família.

O REINO PROIBIDO
(The Forbidden Kingdom; EUA, 2008)
Dir.: Rob Minkoff
Com Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano, Yifei Liu
1h53 min - Aventura - 12 Anos
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Outra onda que o cinema tem as vezes é a idéia do "versus". Alien versus Predador. O ultrapassado (porém não finado) Robocop X Exterminador do Futuro. Jet Li X Jason Statham. O Godzilla então, enfrentou um monte... Enfim, o conceito básico é pegar dois ícones do cinemão e colocá-los frente a frente. E como, mais uma vez, a China é a verve do momento, nada mais natural do que colocar os chineses Jackie Chan e Jet Li no mesmo filme. Mas neste caso, felizmente, não é apenas uma questão de "versus".
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O filme começa bem longe da China: Um garoto obsecado por filmes de luta é pressionado pelos valentões da escola para que ele arrumasse uma forma de descontar cheques roubados. Ele acaba levando os valentões na loja onde compra os filmes de um simpático ancião. Uma tragédia ocorre e o garoto (o nome dele é Jason, por sinal) acaba de posse de um bastão mágico. Esse bastão o levará em uma viagem de volta no tempo, onde será ajudado por um Monge (Jet Li) e um Mendigo (Jackie Chan, o melhor do filme) a libertar o Rei Macaco (Jet Li, de novo), personagem que foi aprisionado há mais de mil anos.

"O que aquele garoto veio fazer nesse filme?"

O filme chegou a ser vendido como um embate entre os dois. A luta acontece. Não enche os olhos, não surpreeende e provavelmente não será o que você espera. Mas o filme já ganha por ter Chan e Li lutando sem a ajuda de fios na maior parte das cenas de luta. O enredo, por mais que batido diverte bastante e garante o programa. Mas há falhas. Um buraco ou outro no roteiro, piadinhas um pouco abaixo de um filme de Jackie Chan e até as cenas de luta pode frustrar. Mas que os dois protagonistas têm química, ninguem pode negar. Definitivamente um filme que não entrará para esse triste sub-gênero dos "versus". Chan e Li são melhores lutando do mesmo lado. Melhor assim.
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Nota 7,0
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Trailer:


domingo, 24 de agosto de 2008

O Anti-Bourne

Angelina Jolie e James McAvoy quebram as leis da física

O PROCURADO
(Wanted; EUA/ALE, 2008)
Dir.: Timur Bekmambetov
Com James McAvoy, Angelina Jolie, Morgan Freeman, Terence Stamp
1h50 min - Ação - 18 anos
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Bourne fez escola. O estilo frenético de edição, a ação ininterrupta, os poucos momentos de tranquilidade. As atitudes extremas. Adicione a isso, graves distorções das leis da física, efeitos especiais em momentos apurados e total liberdade de movimentos de câmera (estes, cortesia justamente da quebra das leis da física e dos efeitos especiais em momentos apurados) e você tem um dos melhores filmes de ação do ano: O Procurado.
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Começa parecido com o melhor filme de ação de 99: Rapaz trabalha em seu cubículo, levando uma vida patética e sem evolução. E aparece uma grande oportunidade de sair da rotina pelas mãos de uma mulher atraente para que ele possa desenvolver habilidades que até então não tinha conhecimento, por ter seu conhecimento limitado. Só que ao invés de libertar a humanidade, ele irá desenvolver habilidades que o tornará um dos maiores assassinos do planeta, se integrando a Fraternidade (uma "confraria" de Assassinos que matam pessoas para colocar ordem na sociedade) e caçando um agente rebelde que teria assassinado o pai do protagonista.
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"Dirigir com os pés é bem mais legal do que parece..."

Se a idéia de quebrar as leis da física não lhe apetece, termine a crítica por aqui. O filme estabelece seu universo em menos de 10 minutos com uma sequência visualmente impactante, onde balas fazem curvas, pessoas conseguem atravessar prédios com impulsos e carros fazem manobras espetaculares em pleno trânsito. A reviravolta que a história toma lá pela metade coroa um enredo eficiente, ágil e com personagens caricatos, carismáticos e aceitáveis em um mundo onde tudo pode acontecer. Se você é faz parte do seleto grupo de pessoas que repele Matrix, seu programa não estará nesta sala de exibição. "O Procurado" usa e abusa da escola de ação que a trilogia Bourne inaugurou, mas utiliza-se de identidade própria para se estabelecer: Tudo o que a trilogia bebe em termos de "pé no chão" e realismo, "O Procurado" joga fora. Mas a diversão é igualmente garantida. E hoje em dia, qualquer ponta que Morgan Freeman faça no cinema anda valendo a pena.
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Nota 9,0
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Trailer

O fundo do poço

Adam Sandler toma o posto de Eddie Murphy no "rehab" dos comediantes.
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ZOHAN - O AGENTE BOM DE CORTE
(You Don't Mess With The Zohan; EUA, 2008)
Dir.: Dennis Dugan
Com Adam Sandler, John Turturro, Rob Schneider, Emmanuelle Chriqui
1h 43 min - "Comédia" - 12 Anos

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Ok. Eddie Murphy estava no fundo do poço. Aí ele fez "Dreamgirls" e fez "O Grande Dave", e tudo indica que seu próximo filme siga águas tranquilas. Mas com isso ele deve ter deixado um vácuo perigoso na galeria de atores que fazem más escolhas. Adam Sandler estava de bobeira e caiu feio. Bastou um roteiro tosco com piadas de quinta categoria e de um mal-gosto impressionante para que Sandler tomasse o maior de seus tombos.
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Começa com o destemido agente do exército israelense Zohan procurando e combatendo Phantom, seu arqui-inimigo para se dar conta de que a guerra entre Israel e Paquistão não terá seu fim tão cedo, e assim forjasse a própria morte e recomeçasse sua vida em Nova York realizando seu maior sonho de vida: Ser cabelereiro. E com métodos inusitados ele ganha fama até que seus inimigos o encontrem e a guerra tome o cenário novamente.
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"Esse visual não foi ideia minha"
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Talvez o maior crime de "Zohan" seja mesmo apoiar-se em um humor que além de gasto, gera desconforto para o espectador. Em meio ao caos político e a instabilidade em que a região se encontra, as gags não caem tão bem, deixando o enredo patético. Sandler, que em raras ocasiões sai do seu tipo característico (que insiste em repetir nas comédias que faz) prova que seu humor deverá mudar de rumo urgentemente: Seu "ritual pós-tratamento" no salão é a prova cabal disso. Além do sotaque exagerado e irritante que adota no filme, o qual apenas uma pequena porcentagem de pessoas acharão hilário. Rob Schneider, figurinha fácil nos filmes do amigo faz um papel igualmente fraco, mas consegue gerar mais sorrisos amarelos do que o protagonista. E o terceiro nome, John Turturro, poderia fazer escolhas mais saudáveis no futuro. Sandler que já fez filmes engraçadíssimos, pelo menos tem esperança. Se Eddie Murphy conseguiu...
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Nota: 1,5
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Trailer


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ponto de Vista

Eddie Murphy tenta histórias espaciais

O GRANDE DAVE
(Meet Dave; EUA, 2008)
Dir.: Brian Robbins
Com Eddie Murphy, Elizabeth Banks, Gabrielle Union, Scott Caan
1h30 min - Comédia - 10 Anos



No post abaixo, falei sobre expectativas. E como ela pode atrapalhar a experiência de um filme. Pois bem. Eddie Murphy (com a exceção de Dreamgirls, em um papel completamente atípico) vinha emplacando filmes ruins, fracassos de crítica e de certa forma de público. Ou então, como explicar a sequencia de "O Professor Aloprado" ou ainda "Norbit"? Me perguntava, por onde andaria aquele comediante de filmes como "Os Picaretas", "48 Horas" e da trilogia "Um Tira da Pesada". E ainda com essa dúvida em mente, assisti a "O Grande Dave" com baixíssimas expectativas.

A história fala sobre um homem que caiu do espaço e começa a perambular pelas ruas de Nova York. Depois descobrimos que na verdade, se trata de uma nave espacial no formato de um homem, pilotada por miniaturas de seres humanos que vieram ao planeta Terra em busca de água salgada para garantir a sobrevivência de sua espécie. O problema aparece quando parte da tripulação começa a se apegar aos costumes dos terráqueos, graças às constantes e intensas interações que o exterior da nave (ou o Grande Dave) tem com a população.


"Se eles gostarem desse, te chamo pra "Um Tira da Pesada"

Preciso confessar que gostei do filme. Não é um Eddie Murphy Clássico, mas depois de muito tempo, um Eddie Murphy que faz rir com um filme leve, despretensioso e que poderia pegar pesado em críticas ambientalistas (como ja vimos muito nos últimos anos). A história acerta ao fugir de piadas sobre flatulência, escatologias e bizarrices humanas (salvo as cenas do cachorro-quente e do provador de roupa, que devem ter sido incluídas só para satisfazer ao fã mais ardoroso do gênero pastelão). A fase de adaptação chega a arrancar sorrisos e o desenvolvimento da história, apesar de diminuir o ritmo, não faz feio ao resultado final. A dinâmica entre os tripulantes da nave pode ser exageirada e cheia de clichês, mas acontecem quando o espectador já está imerso no mundo de Dave, o que facilita a aceitação. As piadas sobre comportamento humano vem de brinde. Poderia ser melhor, mas ao pensarmos que é um roteiro que, entre um buraco e outro, poderia descambar para o ridículo e puxar o filme para baixo, o resultado. Sessão da tarde garantida. Pelo menos enquanto aguardamos "Um Tira da Pesada 4" para o ano que vem.

(Nota 7,0)

Trailer:

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ressucitando os Mortos

Mais uma franquia tenta se reinventar.
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A MÚMIA - TUMBA DO IMPERADOR DRAGÃO
(The Mummy - Tomb of the Dragon Emperor; EUA, 2008)
Dir.: Rob Cohen
Com Brendan Fraser, Jet Li, Maria Bello
1h 52 min - Aventura - 12 anos


A expectativa pode derrubar a experiencia de assistir a um filme. Foi assim em 2001 quando "O Retorno da Múmia" foi lançado para dar continuidade à franquia iniciada com o pé direito em 99. A expectativa era grande e o filme... Bem, digamos que o primeiro tinha sido bem superior. E o filme solo do Escorpião Rei (vilão sem graça que tirou os holofotes do verdadeiro vilão do segundo filme - a Múmia, oras!) fracassou nos cinemas, vídeo e nas rodinhas de conversa. Como sempre tem alguém para desenterrar os mortos (desculpem o trocadilho...), tiveram a ideia de trazer de volta a finada franquia em um novo ambiente (China, sede das Olimpíadas e novo refúgio de Hollywood), com uma Múmia nova e as mesmas piadas.

Alex, o filho de Rick O´Connell (Brendan Fraser) cresceu, e como seus pais se torna um caçador de tumbas. Realiza seu sonho quando descobre a Tumba do Imperador Dragão (Jet Li, desperdiçado), um homem sedento por poder que foi amaldiçoado no passado e junto com seu exército enterrado no deserto. Mas, como de praxe, a múmia é desenterrada. E o Imperador Dragão convoca seu exército novamente para retomar a sua cruzada. Mas o clã dos O´Connell voltará a ativa para combater a nova ameaça.

"Duvido que você chute alto assim..."
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Depois de assistir inúmeras vezes ao trailer deste filme, apesar de não ter me agradado, era a expectativa de uma nova guinada depois do fiasco do seu antecessor. Esperava um filme mais próximo ao primeiro, que tinha todo o charme que uma aventura de época tinha. Estava estampado que seria um show descontrolado de efeitos especiais e o humor desgastado no mesmo pique desde a primeira incursão, apesdar de algumas piadas trazerem um sorriso à tona. Mas este episódio sofre de outros males. O maior deles, a falta de química entre os personagens. Não que a substituíção de Rachel Weisz por Maria Bello tenha sido ruim, mas as cenas do casal principal do filme (em especial a sequência que ainda estão na Inglaterra) parecem ter sido tiradas de um quadro do Zorra Total. A franquia perde de vez a sua identidade e o vilão que por toda a campanha de marketing, prometia agitar o filme se esconde atras de efeitos especiais. E qualquer filme que faça Jet Li sair no braço com Brendan Fraser deveria repensar seus conceitos. Resumindo: O primeiro continua muito bom. O segundo continua muito ruim. E o terceiro episódio força a barra demais e fica no meio do caminho. Diversão para uma tarde descompromissada e nada mais.
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(Nota 3,5)
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Trailer: