sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sucesso reciclável

O mesmo filme. Outros atores.

A VERDADE NUA E CRUA
(The Ugly Truth; EUA, 2009)
Dir.: Robert Luketic
Com Katherine Heigl, Gerard Butler, Bree Turner, Eric Winter
1h36 min - Comédia Romantica - 14 anos


A história você já conhece. Menina conhece menino e não o suporta. Mas menino tem uma vantagem interessante e a menina acaba se rendendo e aproveitando. Menino se apaixona por menina por tras da fachada machista. Eles brigam e no final, menino tem de superar seus bloqueios sociais para conquistar a menina em uma declaração de amor que arrancará suspiros da platéia apaixonada. No papel da menina, a namoradinha da américa. No papel do menino, um astro em ascenção. Sim, você conhece esta fórmula e provavelmete já viu este filme. O desafio de cada comédia romântica é variar no desenvolvimento da história para cativar a platéia com frases e momentos memoráveis para fugir o máximo possível do lugar-comum.

A "menina", neste caso é Abby Richter (Katherine Heigl), figurona da produção de um telejornal matinal que tem uma enorme dificuldade de encontrar seu príncipe encantado. O "menino", é Mike Chadway (Gerard Butler), um apresentador de um programa que mostra às mulheres "a verdade nua e crua" sobre como os homens pensam e vê as mulheres. Mike é contratado pelo chefe de Abby para tentar salvar os índices de audiência do programa e após um começo turbulento entre os dois, Mike tentará ajudar a estabanada Abby a conquistar o vizinho.

"É dois pra lá e dois pra cá..."

É um filme agradável para a vista e com atuações divertidas do casal protagonista. Um passatempo divertido e descontraído para quem quer investir o ingresso. Se você é fã de carteirinha das comédias românticas e dos filmes descompromissados com as "namoradinhas da américa", então este filme será um prato cheio. A química do casal é boa (mesmo achando que Gerard Butler não é um cara para comédias românticas) e a história é enxuta e bem montada. Mas preciso avisar que infelizmente, muitos dos bons momentos do filme estão no trailer e isso não ajuda muito no fator surpresa. As risadas originais já foram dadas uma vez e a sensação no final das contas pode ser de que você poderia ter se divertido mais. Nada que um bom jantar em seguida não complete o programa.

Nota: 6,5

Trailer:

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Excelência Emocional

A homenagem da Pixar, à vida.

UP - ALTAS AVENTURAS
(Up; EUA, 2009)
Dir.: Pete Docter
Com as vozes de Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Delroy Lindo
1h36 min - Animação/Comédia - Livre



Quem nunca ouviu falar na Pixar? Sinônimo de qualidade e diversão garantida, o estudio de animação, vem priorizando histórias sobre a comédia. Não que a comédia, que fez bonecos ganharem vida, carros falantes e peixes perdidos se encontrarem enfraqueceu. Mas a sensibilidade do contador de histórias aflora a cada vez mais nos filmes. Sai o sarcasmo "adulto", e entra a honestidade do sentimento.

Carl Fredericksen (De longe, um dos melhores personagens do curriculo da Pixar) é um senhor que após a dura perda de sua mulher, decide cumprir um antigo desejo de sua amada: Visitar as cachoeiras da America do Sul. Para isso, mune sua casa com milhares de balões e resolve chegar ao seu destino sentado em sua sala de estar. Junto dele, Russell, um escoteiro falastrão que estava na varanda de sua casa por acidente.

"Não se tem uma vista dessas la onde eu morava..."

Não vou entrar no mérito da qualidade tecnica da animação. Vou me ater a história. São filmes como este, que provam a distância exageirada que a Pixar tem frente à concorrência. O filme é um oasis para os olhos. A Pixar mergulha nos personagens caricatos, capricha no humor e entrega uma história singela, forte e brilhante. Não é o filme bonitinho que seus filhos assistem. Os primeiros 20 minutos são uma verdadeira surra no espectador, contemplando a bela vida que o personagem central teve e o fardo de carregar a saudade e a solidão. E para alimentar a força de vontade que motiva Carl, três coadjuvantes, responsáveis pela verdadeira diversão: Russell é o contraponto perfeito para toda a mesquinharia que o protagonista oferece. Kevin, é a encarnação do humor físico. E Doug. O cachorro falante, que faz as vezes da criançada e completa a trupe da mais bela homenagem à terceira idade que um filme pode oferecer. O vilão e seus motivos podem passar de forma meio fraca e desastrada, se contraposto com o desenvolvimento da trama. Não diminui os méritos deste filmaço que a Pixar, novamente, faz com o coração para seus fiéis espectadores.

Nota: 9,5

Trailer: