terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A Essência da Vida

A vida curiosa de um homem que rejuvenescia.

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON
(The Curious Case of Benjamin Button; EUA, 2008)
Dir.: David Fincher
Com Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Taraji P. Henson
2h46 min - Drama - 12 Anos


Filmes biogáficos seguem duas vertentes: As biografias reais, geralmente feitas em cima de uma personalidade com um passado obscuro/polêmico/desconhecido. Você pode até não gostar do filme, mas acaba criando um certo respeito pela trajetória da mesma. E há as biografias fictícias, aquelas em que é preciso muito mais para conquistar a atenção do espectador. Precisa-se de algo tremendamente original. Ou o filme pode acabar no fundo das listas de fim de ano. Mas as histórias que conseguem ser originais, ah... Estas costumam acertar em cheio no gosto do público.

E a biografia fictícia da vez, é a história de Benjamin: Um bebê abandonado em um asilo no dia em que a primeira guerra terminou. Apresentava sintomas de um idoso à beira da morte, para gradativamente rejuvenescer, ao contrário de todos ao seu redor, que envelhecem normalmente. Lá, conhece Daisy, uma jovem que passava alguns dias no asilo com sua avó e que se encanta com Benjamin. Com o passar dos anos, o espírito aventureiro o leva ao redor do mundo e vivenciar experiências únicas. Até que seu caminho cruze novamente com o de sua amada.

"Mais uns 10 anos e acho que já rola umas mulheres..."

Tudo no filme é meticulosamente calculado. Tudo mesmo. O perfeccionismo é levado a um novo nível, desde a maquiagem (soberba), aos efeitos especiais e sobretudo os maneirismos e as magníficas interpretações de Brad Pitt e (em especial) de Cate Blanchett. O ritimo do filme é lento, para que possamos entender a moldagem da personalidade de Benjamin. As semelhanças com a trajetória de Forrest Gump (a saber: escrito pelo mesmo roteirista) pularão de imediato na tela, porque os coadjuvantes não aparecem gratuitamente. Todos eles influenciarão a vida do protagonista e mais cedo ou mais tarde refletirá em decisões pesarosas. O humor refinado do filme mercecia quase um novo tópico. E apesar das quase três horas de duração, a inusitante biografia de uma vida ao contrário se torna um programa obrigatório pela leveza de um filme que surpreende, emociona e cativa um público quase carente de histórias assim. E a pergunta que me assombrará por todo o ano de 2009: Qual filme fará frente ao Curioso Caso de Benjamin Button?

Nota: 10

Trailer:

Atualização:

13 Indicações ao Oscar:
-Filme
-Diretor
-Ator (Brad Pitt)
-Atriz Coadjuvante (Taraji P. Henson)
-Roteiro Adaptado
-Edição
-Fotografia
-Maquiagem
-Direção de Arte
-Figurino
-Trilha Sonora
-Efeitos Visuais
-Som

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Visita Indigesta

Uma invasão alienígena sem impacto.

O DIA EM QUE A TERRA PAROU
(The Day The Earth Stood Still; EUA, 2008)
Dir.: Scott Derrickson
Com Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Jared Smith, John Cleese
1h43 min - Ficção - 10 Anos


Assim como muitas coisas na vida, o cinema também é ciclico. Ou como costumamos a chamar, remakes. E os remakes, por sua vez, se dividem em dois: Aqueles que copiam o original e os que dão uma repaginada no original. E é preciso coragem para enfrentar fãs  do clássico para transpor uma nova mensagem. A fórmula parecia ser básica: troca-se bomba atômica por guerra e aquecimento global e a mensagem para a nova geração estava a ser dada. O que então, poderia dar errado?

O filme conta a história da chegada de Klaatu, um alienígena que se diz "amigo do planeta Terra". Sem saber das verdadeiras intenções, uma bióloga se dispõe a proteger o visitante intergalático dos interesses do governo americano. Enquanto isso, tem que lidar com seu problemático afilhado (Jared Smith, o promissor filho de Will Smith) e ajudar o alienígena a cumprir seu dever.

"Deixa eu entrar, que eu tô num prego desgraçado..."

O filme tem uma divisão gigantesca: A primeira hora de filme funciona maravilhosamente, apresentando personagens, tentando escalar a gravidade de uma invasão alienígena e mostra um exército despreparado. A sensação de "fim do mundo" pode não ser perfeita, mas você acredita na história. Tudo certinho. Até ali você compra a idéia e até se simpatiza com Keanu Reeves e a sua cara de cansaço. Então, uma cadeia de fast food aparece. Este é o limite. A partir daí, o filme acaba. E não é porque o logo dourado do restaurante aparece. Mas porque toda a construção do filme acaba por ser concluído com o desperdício do personagem mais intrigante da trama (um robô de 15 metros de altura), a um plano de fuga tonto, um fiapo de história, enxurradas de efeitos especiais (um tanto mal-aplicados, diga-se de passagem) e o que parece ser a conclusão mais preguiçosa dos últimos tempos.  É como se no meio do caminho, a mensagem que você esperava ser contada, fosse trocada por uma mais fácil e menos polêmica para o público. Um tiro no pé, na minha opinião. Ou uma terceira divisão dos remakes: Aqueles que não deveriam ter saído da gaveta.

Nota: 5,5

Trailer: