terça-feira, 26 de agosto de 2014

Na Reserva.

Muita enrolação, que atrapalha a ação.

Os Mercenários 3
(The Expendables 3; EUA/França 2014)
Dir.: Patrick Hughes
Com Sylvester Stallone, Mel Gibson, Jason Statham, Wesley Snipes
2h06 min - Ação - 14 Anos


Quem foi conferir o primeiro filme da trilogia, lá atrás, em 2010 e gostou do que viu. Queria mais.

E se esse primeiro filme foi a introdução, o segundo foi a euforia. O que na teoria, deveria fazer do capítulo final (!?) o ápice, correto?

Se engana o espectador que vai assistir a uma sessão de "Os Mercenários", esperando altas doses de adrenalina e sequências vertiginosas de ação. Os filmes não são apenas isso. É acima de tudo, uma reunião de atores consagrados, celebrando uma bem sucedida época, onde criaram e/ou reproduziram bordões clássicos e imagens icônicas, gravadas na história do cinema de ação.

Ah sim. As cenas de ação, em meio às piadas que transpassam o limite do celulóide para falar dos próprios atores, existem para brindar o retorno de seu público cativo.

Mas em algum momento dessa trilogia, alguém achou que o próximo passo, seria uma desaceleração. E para isso, O personagem de Stallone, Barney Ross, o líder dos Mercenários estabelece o desligamento do grupo original para convocar novo sangue, quando decide se vingar de um ex-mercanário (Mel Gibson) que agora é um criminoso de guerra e está envolvido com a venda de perigosas armas nucleares.

Alguém aí me explica o que o Frasier está fazendo nesse filme?
As cenas de ação continuam relativamente bem, mas as piadas caíram em número. As que existem, se não saem da boca de Antônio Banderas (muito engraçado), ficam com Wesley Snipes, o melhor do filme - e dono da melhor piada.

Mas as cenas de ação padecem de uma péssima pós-produção, entregando efeitos especiais constrangedores, os quais, podem lhe distrair muito. 

Além disso, o filme se estica muito no debate sobre porque os Mercenários originais devem ser aposentados e quem seriam seus substitutos. A melancolia dosada além da conta traz diálogos chatos e que não condizem com aquele espírito que a série carregava até então.

E por fim, outro grande pecado que cometido é causado justamente por um dos apelos que o filme tem: O grande número de atores/personagens. Alguns com histórias tão interessantes, mas que o tempo do filme não permite contar. Ainda que você não ache interessante saber o background das caras novas, há de reconhecer que Wesley Snipes, por exemplo, merecia mais tempo em cena.

E ao final da sessão, fica a impressão de que todo aquele combustível que sobrava nos primeiros filmes, chegou ao fim. É, sem dúvida, o pior dos três. Mas ainda pode dar conta de muito filmeco de ação que sai por aí...