terça-feira, 11 de agosto de 2009

Orquestra de Balas

Michael Mann delata o inimigo público número um.

INIMIGOS PÚBLICOS
(Public Enemies; EUA, 2009)
Dir.: Michael Mann
Com Johnny Depp, Christian Bale, Marion Coitillard, Jason Clarke
2h20 min - Açao - 16 Anos



Há pouquíssimos cineastas em atividade que conseguem fazer cinema de ação como Michael Mann. Orquestrar um tiroteio então, menos ainda. Explica-se. Michael Mann sempre prima pelo profissionalismo, como subtema incurtido em suas histórias. O total comprometimento de seus personagens na manutenção degradação do cumprimento da lei. Não é de se assustar, portanto, que a cinebiografia do primeiro bandido a ganhar o status de Inimigo Público número um e a paralela criação de um bureau para defender o país, que com o passar dos anos se tornaria no mais ilustre: o FBI.

John Dillinger (Johnny Depp, com a categoria que se espera dele) se torna uma espécie de celebridade por roubar dinheiro do governo - e nunca da população - em meio à depressão. Mas o senador J. Edgar Hoover tem planos ambiciosos para a criação do Bureau, e nomeia Melvin Purvis (Christian Bale, aceitando qualquer papel hoje em dia) como líder e responsável pela captura de Dillinger. E o plano de Purvis para cumprir sua missão é atingir Dillinger onde mais doi: Sua amante, Billie Frechette.

"Não sou o Dillinger... Tirei o bigodinho..."

Inimigos Públicos é um filme que tem todas as qualidades que um filme de Mann costuma ter. Com uma ressalva: Quem acompanhou filmes como "Fogo Contra Fogo" e "Colateral", por exemplo, onde o envolvimento com os personagens era automático e a platéia se dividia entre torcer pelo sucesso do bandido ou do mocinho. Aqui, o carisma de Depp pode ter atrapalhado um tanto, o que agrava-se pela diferença de tempo de tela entre os antagonistas. Bale fica em segundo plano e as ações policiais se tornam mais táteis apenas na terceira e derradeira parte do filme. Não há como desenvolver simpatia pelos mocinhos. Torcer pelos bandidos não passa a ser dilema, mas consequência. Mesmo que você saiba onde isso vai dar. De resto, um belíssimo filme, com sequências de ação empolgantes e espalhadas pelo filme (ao invés de concentrar tudo em um grande tiroteio). E com uma boa história permeando as balas, com um final pouco convencional, honesto e que pode desagradar muita gente. O que nos faz lembrar que pouquíssimos cineastas em atividade que conseguem fazer cinema de ação como Michael Mann faz.

Nota: 9,0

Trailer:

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