segunda-feira, 23 de março de 2009

Os Injustiçados

Kevin Smith volta à sua grande forma

PAGANDO BEM, QUE MAL TEM?
(Zack And Miri, Make a Porno; EUA, 2008)
Dir.: Kevin Smith
Com Seth Rogen, Elizabeth Banks, Craig Robinson, Jason Mewes
1h 41 min - Comédia - 16 Anos


Para começar a crítica deste filme, preciso alertar o leitor de que o responsável pelo título desprezível deste filme não faz jus, de forma alguma, ao que você verá nas quase duas horas de projeção. Não é um filme sobre prostitutas, nem de mercenários bobalhões. Ou na pior das hipoteses, indica a exibição de uma comédia bem fraquinha, o que pode até afastar algumas pessoas que não saibam o calibre dos profissionais envolvidos com a história. 

O filme conta a história do casal de amigos Zack e Miri. E da época em que eles se vêem sem dinheiro para pagar as contas básicas do mês. Depois de um incidente na cafeteria em que trabalham (envolvendo dois adolescentes, um celular e uma calcinha grande) e de reencontar a turma da formatura, Zack tem a (brilhante?) idéia de fazerem um filme pornô de baixo orçamento para levantar a grana que precisam.

"Legal essa atriz, hein?"

Kevin Smith é genial no que diz respeito à diálogos. Como poucos na indústria atual, lida com temas delicados, providos de textos espertos, amarrados com boas piadas non-sense e atuações inspiradas (créditos do diretor) que no final das contas resultam sempre em filmes agradáveis de ser ver, mesmo quando afogadas no pastelão light. Aqui, apesar de muita coisa previsível, "Pagando Bem, Que Mal Tem" (argh!), diverte por mostrar pessoas simples com ideias grandes demais para seus recursos limitados. Os coadjuvantes conseguem ser tão interessantes quanto os principais, as piadas que poderiam ser bem mais grotescas em um filme do tema, ajudam para aproximar a platéia dos personagens. Seth Rogen (o comediante-padrão do momento, é o típico exemplo: Seu personagem tem bons momentos, mas perde força quando contracena com Jason Mewes (dono do monólogo do leme Holandês) e Craig Robinson (o Darryl da série "The Office). Kevin Smith acerta a mão e entrega um de seus filmes mais bacanas. E já que não podemos fazer nada além de rir muito das traduções tosqueiras que alguns filmes ganham, o jeito é ignora-los e curtir o filme.

Nota: 8,0

Trailer:

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