segunda-feira, 19 de julho de 2010

Novo Filme Velho

À PROVA DE MORTE
(Grindhouse presents: Death Proof; EUA, 2007)
Dir.: Quentin Tarantino
Com Kurt Russell, Zöe Bell, Rosario Dawson, Rose McGowan
1h54min - Terror - 16 Anos



O que eu tinha a dizer sobre o absurdo do atraso das distribuidoras em relação a este filme, já foi dito (post no Blog do Cinematico).

Agora vamos falar do que realmente interessa.

Originalmente concebido para ser a continuação de um "programa duplo" (a primeira parte seria "Planeta Terror", de Robert Rodriguez), "À Prova de Morte" traz a história de um Serial Killer chamando Stuntman Mike (Kurt Russell, no melhor papel de sua carreira), que oferece carona a mocinhas desacompanhadas e as envolve em acidentes de carro. O segredo, é que o assento do motorista é... A prova de morte.

Por ser a segunda parte do "programa duplo", as comparações com o primeiro filme seriam inevitáveis. E é justamente (e unicamente) este motivo que torna a separação saudável.

Planeta Terror é, em sua essencia, violência com diálogos espertos a tira-colo.

A Prova de Morte, diálogos excelentes com violência a tira-colo.

E isso faz a segunda parte, a melhor das duas.

"Que carrão bonito, hein?"

Se falarmos de atuações: O show é de Kurt Russell, mas ele não se importa nem um pouco de dar espaço para as atrizes do filme. É marca registrada de Tarantino, escrever mulheres de personalidades fortes. Zöe Bell, dublê profissional (foi dublê de Uma Thurman em Kill Bill, por exemplo), interpreta ela mesma e ainda consegue ser uma das personagens mais bacanas do filme.

A atuação de Russell, por sinal, merecia horas de discussão.

Se falarmos de roteiro: A história do filme é simples. Quase tosca. O que faz dela brilhante são os inspiradíssimos diálogos, que se no contexto, parecem rasos, para a história significam muito. Conhecemos os personagens através de suas futilidades.

Se falarmos de técnica: Há um acidente de carro na metade do filme, que não só choca, como quebra o ritmo da história. Propositalmente, é claro. E os últimos 15 minutos de filme trazem a melhor perseguição de carro ja feita no cinema (Matrix o quê?).

A verdade é que quando vista em conjunto com Planeta Terror, o conjunto valoriza. Separados, são dois filmes, digamos... Pitorescos.

Você pode reclamar dos (propositais) erros de edição, ou do abuso da violência em uma ou outra sequencia. Mas é preciso esclarecer que tudo isso é parte do charme da produção.

Se você reclamar do primeiro, pode ser que não tenha capturado o espírito da coisa. Se reclamar do segundo, definitivamente não faz parte do público-alvo de Grindhouse.

Mas, nem sempre pode-se agradar a todos.

Nota 9,0

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