quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Queda de Rendimento.

Imagine o que um filme poderia fazer com 100% de seu potencial.

Lucy
(Fra; 2014)
Dir.: Luc Besson
Com Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sil Choi
1h21min - Ação/Ficção - 16 anos


Alguém que conheça a filmografia de Luc Besson sabe que não se deve esperar um filme convencional quando decidir assistir a um deles.

E quem conhece o currículo, sabe que se há uma constante em seus filmes, são mulheres poderosas. Já filmou a história de Joana D'Arc, Milla Jovovich foi o Quinto Elemento e até uma jovem Natalie Portman conseguiu influenciar León, O Profissional. E agora, encarnada por uma fraquinha Scarlett Johansson, Lucy busca se colocar à altura de personagens tão fortes.

Começamos com a protagonista-título totalmente influenciável pelo namorado, ao ser coagida para realizar a entrega de uma misteriosa maleta a um gângster local. O que seria uma tarefa simples acaba a colocando no trafico internacional de uma nova droga, que serviria como uma injeção de adrenalina, mas que em Lucy, quando liberada em grande quantidade faz com que ela consiga acessar além dos supostos 10% de utilização da capacidade total do cérebro.

Para o carro que eu vou fazer mais uma maluquice aqui...
No jogo dos erros e acertos, Lucy, seguramente tem acertos. E muito pela qualidade da mão do diretor/ roteirista que assina o filme. Seu estilo excêntrico funciona perfeitamente para uma história que pede exatamente isso. Não é um primor de enredo, mas o estilo ajuda muito a encaixar o roteiro diante do espectador.

Mas se dividirmos o filme em três atos, temos no primeiro, uma apresentação sublime dos personagens principais e do uso de metáforas com imagens que esclarecem muito bem a situação de cada um no contexto que se encontram e como cada um deles deverá evoluir para que a história se equilibre. Também porque, o personagem de Morgan Freeman (novamente, atuando no automático) entra em cena para que a amalucada história possa ser explicada sem qualquer pausa para reflexão.


O segundo ato é fabricado para a diversão plena do espectador. E tentar acompanhar a evolução de Lucy, conforme seu cérebro expande a sua capacidade, até entrarmos no ato final, onde ela deverá atingir o máximo de utilização do cérebro. E justamente nesses dois últimos atos, que o filme desanda.

Pois com um primeiro ato tão bem feito e um segundo tão decepcionante, a conclusão manjada e com subtexto grandioso, acaba por impactar com anestesia, um espectador que viu tanta loucura em um filme tão curto.


É como se, aproveitando a temática do filme, este, rendesse apenas 30, 40% da capacidade do potencial que possui.



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