sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um Filme Universal

Mestre na arte de se reinventar, a Pixar entrega o melhor filme de seu currículo.
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WALL-E
(Wall-E)
Dir.: Andrew Stanton
Vozes de Ben Burtt, Jeff Garlin, Sigourney Weaver
1h38 min - Animação/Comédia - Livre
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Algumas vezes, temos a sorte de nos deparar com um filme atemporal. Verdadeiras poesias, impressas em celulóide. Filmes que conseguem falar com qualquer geração, sem precisar depender de fatos para satirizar ou conceitos para se apoiar. E filmes completamente surpreendentes, dos quais são impossíveis de desagradar até o mais crítico dos olhares. Este ano, este filme se chama "Wall-E".
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Se Wall-E fosse um ser humano, ele seria Woody Allen. Como ele não tem um vocabulário extenso para se expressar, ele acaba sendo Charlie Chaplin. E ele está sozinho no planeta. Uma Terra deixada pelos humanos há 700 anos atrás devido à enorme quantidade de lixo produzida. Encarregados de tornar o planeta habitável, os "Wall-E" (Waste Allocation Load Lifter, Earth Class - em portugues algo como compactadores de lixo, classe Terra) são deixados para cumprir sua missão, mas apenas um deles sobrevive e acaba desenvolvendo uma personalidade, fruto de sua curiosidade por objetos peculiares que encontra entre os detritos. Até que um dia, uma nave chega do espaço e dela sai EVA (Examinadora de Vegetação Alienígena) por quem Wall-E desenvolve... Amor. E isso o fará ir até os confins do espaço (mais precisamente uma outra nave, Axiom, uma espécie de cruzeiro, eterno onde se encontram os humanos), para ficar junto de seu novo amor.
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"Come Fly with me/let´s fly/let´s fly away..."
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Não consigo encontrar uma palavra que consiga descrever "Wall-E". Talvez o mais próximo delas seria algo em torno de "Brilhante". É de fato um filme atemporal. Tem inúmeras referências ao cinema clássico e principalmente aos filmes de ficção científica (que variam de Fuga do Século 23, passando por Star Wars até 2001 - Uma Odisséia no Espaço). Não precisa fazer apelações para rir. Opta por utilizar um humor mais inteligente. O pequeno robô, dono de um carisma inacreditável, nos remete diretamente aos personagens mais clássicos de Chaplin. Seu humor é puramente físico, graças à sua profunda curiosidade e a certeza de seguir seus instintos. Ele é o personagen título, dono do filme e não se apoia em coadjuvantes para fazer rir. Ele se porta como a estrela maior.
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O filme é pura poesia. Hilário, irreverente, crítico (dentre tantas que faz, a mais sagaz dela é sobre sedentarismo), sensível. "Wall-E" é um verdadeiro clássico, dentre tantos filmes que almejam isso. Mas acima de tudo, é um filme necessário. O grande filme a ser batido em 2008.
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(Nota 10,0)
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Trailer:
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Obs.: A Pixar sempre nos brinda com excelentes curtas-metragens antes da exibição principal. Por favor, cheguem um pouco mais cedo no cinema para assistir a "Presto". Só mesmo uma exibição como "Wall-E" para vir a seguir.

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